30/04/2013 - 09:16 | última atualização em 30/04/2013 - 09:17

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Juízes recorrem de decisão do CNJ sobre eventos patrocinados

Correio Braziliense

As três principais entidades representantes da magistratura recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que proíbe patrocínio em eventos de juízes. Representantes das Associações dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), dos Magistrados do Brasil (AMB) e dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) alegam que a decisão tomada em fevereiro pelo CNJ inviabilizará o trabalho das instituições.
 
A resolução, aprovada por 10 votos a 5, veta a possibilidade de doações de empresas às associações de
Ajufe, AMB e Amatra alegam que decisão inviabliza trabalho das instituições
juízes, mas permite que tribunais, conselhos e escolas da magistratura recebam apoio de entidades privadas com fins lucrativos, desde que os repasses não ultrapassem 30% dos gastos totais do evento.
 
No mandado de segurança protocolado na Suprema Corte, as associações pedem uma liminar para suspender os efeitos da resolução do CNJ. O relator do caso é o ministro Celso de Mello. No pedido, as entidades argumentam que a medida adotada pelo Conselho viola "direito líquido e certo" das associações e de seus associados "por ato manifestamente ilegal".
 
Contraditório
 
Elas argumentam ainda que não foi respeitado o direito ao contraditório, uma vez que nenhum representante da magistratura foi ouvido durante o processo. "O ato viola o direito dos associados de livre expressão da atividade intelectual e científica, ao limitar que o processo de formação dos magistrados se dê apenas nas escolas de magistratura e ao proibi-los de participar de eventos promovidos pelas entidades de classe", destaca o mandado de segurança.
 
A Associação Nacional dos Magistrados Estaduais (Anamages) já havia entrado com pedido semelhante no Supremo, que também é relatado pelo ministro Celso de Mello. Já o processo protocolado pela Ajufe, AMB e Anamatra é assinado pelo advogado Sérgio Bermudes, amigo do ministro do STF Luiz Fux. Ele foi contratado pela Ajufe para eleborar a peça. Diante disso, Fux deve se declarar impedido de julgar o caso.
 
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