Juíza investigada por corrupção é promovida Do jornal O Globo 05/03/2009 - Por 19 votos a zero, o plenário do Tribunal Regional Federal da 1 Região, em Brasília, aprovou ontem a promoção da juíza Ângela Catão, da 11ª Vara Federal em Belo Horizonte, a desembargadora. Relatório enviado há 15 dias pela Polícia Federal ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) recomenda o indiciamento de Ângela Catão pelos crimes de corrupção e formação de quadrilha, entre outros. Ela está sendo investigada na Operação Pasárgada, realizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal para apurar desvios de recursos por prefeitos de Minas Gerais e do Estado do Rio. O corregedor do TRF, Olindo Menezes, presidiu a sessão e encaminhou a votação a favor de Ângela Catão. Segundo ele, apesar da recomendação de indiciamento e da investigação no STJ, não há nada que desabone ou impeça a promoção funcional da juíza. Ela deverá ocupar a vaga deixada pelo desembargador Antônio Ezequiel da Silva, que se aposentou em janeiro. As investigações da Operação Pasárgada começaram no próprio TRF e hoje estão sob a responsabilidade do ministro Paulo Galotti, do STJ. Seis conselheiros dos Tribunais de Contas de Minas Gerais e do Rio de Janeiro também estão sendo investigados. "O fato de existir uma investigação em andamento não quer dizer que existe um processo. Isso aí (o inquérito) corre no STJ, que é soberano. É um problema que não afeta o acesso da Ângela Catão ao tribunal", disse Menezes. O desembargador alegou que nada sabe a respeito do indiciamento da juíza pela Polícia Federal. Antes de o nome de Ângela Catão ser submetido à apreciação do plenário, o próprio Olindo Menezes arquivou uma apuração preliminar sobre o suposto envolvimento dela com os desvios de verbas imputados a prefeitos e lobistas em cidades de Minas. Segundo Menezes, a juíza apresentou uma explicação de 27 páginas em que contestou todas as acusações que pesam contra ela. O corregedor acolheu as explicações e criticou a Polícia Federal. "A versão que a polícia propagou, para o tribunal, não é verdadeira", disse Olindo Menezes.