Todas as vantagens do cargo pareciam não ser suficientes para custear a presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins, Willamara Leila de Almeida. As investigações do Ministério Público Federal (MP) mostram que a desembargadora costumava cobrar uma "taxa de manutenção" de seus assessores até para o "custeio de viagens pessoais". A cobrança configuraria, para o MP - que denunciou Willamara ao Superior Tribunal de Justiça -, a prática de concussão. As primeiras suspeitas surgiram numa visita de integrantes da Corregedoria Nacional de Justiça ao TJ. Servidores contaram que a desembargadora exigia de quem ocupava cargo de confiança contribuições de até R$ 300. Uma das servidoras, Ana Berenice de Aguiar, relatou que, recém empossada, "notou rotina estranha de coleta de verba para 'presentear' a desembargadora". O constrangimento dos servidores era tanto que, caso não tivessem dinheiro, deveriam pagar com cheque pré-datado. Foi o que ocorreu com Ana Berenice, que declarou ter dado um cheque pré-datado de R$ 200. Uma servidora ligada à Diretoria- Geral, Maria das Graças Dias Pinheiro,confirmou ser uma das responsáveis pelo recolhimento das doações que "seriam destinadas à compra de cestas básicas". "A desembargadora constrangeu servidores para obter para si ou outrem vantagem econômica", denuncia o MP.