25/05/2018 - 20:30 | última atualização em 26/05/2018 - 12:43

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III Colégio de Presidentes de Subseção: “Temos que ter 150 mil delegados de prerrogativas em nosso estado”, afirma Luciano Bandeira

redação da Tribuna do Advogado

         Foto: Lula Aparício  |   Clique para ampliar
 
 
Vitor Fraga
 
Na tarde desta quinta-feira, a programação do III Colégio de Presidentes de Subseção teve o tesoureiro da Seccional e presidente da Comissão de Prerrogativas, Luciano Bandeira, falando sobre "A advocacia e suas prerrogativas". Ele fez um resumo da atuação da comissão após a reformulação feita na atual gestão, e também pontuou alguns aspectos da administração no triênio 2016/2018.
 
Luciano iniciou lembrando que, pela primeira vez na história, os advogados fluminenses pagaram no último ano da gestão uma anuidade menor do que no primeiro. “Em 2018 o advogado pagou uma anuidade mais barata do que em 2016, em valor real. Se aplicarmos o IGP-M ou o IPCA, nos seis anos de mandato do presidente Felipe Santa Cruz a anuidade é a menor da história da Seccional. Não digo que é um valor barato, mas é compatível com a gama de serviços que é apresentada para a advocacia. Foram entregues obras concretas para a classe, como a maior casa de advogados do Brasil, que será inaugurada no dia 6 de junho. Os números são gigantescos, mas compatíveis com a importância da advocacia do nosso estado”, exaltou, citando os 1.800 m², 120 computadores para peticionamento eletrônico, e 30 escritórios compartilhados da Casa do Advogado que irá funcionar no 11º andar do edifício do número 10 da Rua da Assembleia. “Os advogados vão ter a mesma dignidade dos desembargadores do TJ”, completou.
 
Foto: Lula Aparício |   Clique para ampliar O tesoureiro da Ordem anunciou que esse ano serão inauguradas mais quatro sedes próprias, nas subseções de Santo Antônio de Pádua, Itaperuna, Duque de Caxias e Macaé. “O Projeto OAB Século 21, iniciado por Felipe lá atrás, quando era diretor do DAS [Departamento de Apoio às Subseções], e que transformou a relação da Ordem com os advogados, tornou-se um patrimônio da classe. Ninguém que assumir a advocacia poderá romper com esse princípio da igualdade alcançada entre advogados da capital e das subseções. A menor subseção do estado tem os mesmos serviços da maior subseção do país, que é Niterói”, garantiu.
 
Diante do cenário atual de crise no país, Luciano defendeu a advocacia. “Desde o dia em que passamos a sofrer ataques da imprensa, do Judiciário e até mesmo da sociedade, temos que ser os guardiões dos direitos dos cidadãos, mas também das nossas prerrogativas profissionais. Somente os advogados e as advogadas podem produzir uma sociedade mais justa”, argumentou. E ao falar sobre a reestruturação na Comissão de Prerrogativas que foi feita em 2016, citou números que demonstram o peso e a força da entidade. “Só esse ano foram 91 representações contra magistrados na Corregedoria e 28 no Conselho Nacional de Justiça. Temos 2.200 delegados de prerrogativas credenciados, 460 na capital e os demais nas subseções. Formamos 2.871 advogados nos cursos em todo o estado. Vamos conseguir transformar a nossa relação com o Judiciário quando tivermos 150 mil delegados de prerrogativas no Rio de Janeiro”, resumiu Luciano, que já participou pessoalmente de várias sustentações em defesa de colegas.
 
O fato inédito de o Corregedor-Geral de Justiça ter ido a todas as reuniões zonais, onde pode ouvir reivindicações dos presidentes de subseção, foi apontado por ele como sinal de uma “mudança de percepção em relação à entidade”. “Há um reconhecimento da força institucional dos advogados. O maior erro que podemos ter é acreditar que alguém é maior que a instituição. Pela minha experiência no enfrentamento com o Judiciário, quando se trata da Ordem e não de um advogado individualmente, a força é maior”, ponderou. Antes de encerrar, Luciano referiu-se ao trabalho contra a extinção das comarcas e o mero aborrecimento como parte da luta em defesa das prerrogativas, por tratar-se do pleno exercício profissional.
 
Foto: Lula Aparício|   Clique para ampliar A presidente da OAB/Mulher, Marisa Gaudio, também compôs a mesa, e falou sobre a implantação da Lei Julia Mattos, igualmente parte da defesa das prerrogativas. “Não sou médica, mas houve estudo para dizer que a mulher grávida não pode passar nos aparelhos de raios-x. A bolsa dela pode passar, ela pode até ser revistada de outra forma, mas não recebendo radiação. Isso está na lei. A inversão de pauta já existia pelo bom senso, mas agora é lei, a preferência é da mulher grávida. Há ainda os espaços para creche em tribunais, fraldário, locais para amamentação. Essas questões surgem na caravana também, em cada visita que fazemos”, afirmou ela, referindo-se à Caravana da Mulher Advogada, que tem percorrido diversas subseções.
 
Completando as palestras, a subprocuradora-geral de Prerrogativas, Sheila Mafra, afirmou que nas subseções está a “vida orgânica” da Ordem, e que estas subsidiam o trabalho da comissão. “Soubemos de exemplos de juízes que estão declarando de ofício a inconstitucionalidade em casos de honorários de sucumbência. Caso os advogados saibam de alguma situação assim, procurem a comissão porque iremos entrar em ações como amicus curiae. Os magistrados precisam cumprir a lei”, disse. Em relação à prisão de advogados, Mafra lembrou que como não há sala de estado maior no Rio de Janeiro, as eventuais prisões devem ser cumpridas em regime domiciliar. Os coordenadores do DAS na Costa Verde, Fábio Luiz Ferreira, e na Região Serrana, Jefferson Soares, secretariaram os trabalhos.
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