02/02/2017 - 11:08

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Homicídio doloso atinge o pior número no estado desde 2009

jornal O Globo

O número de homicídios dolosos no estado atingiu no ano passado seu pior patamar desde 2009, quando o projeto das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) ainda estava no início. Em todo o ano, foram registrados 5.033 assassinatos, de acordo com dados do Instituto de Segurança Pública (ISP) divulgados ontem. Já os totais de roubos de cargas, de veículos e a pedestres foram os maiores verificados desde o início da série história, em 1991.
 
Entre as taxas que mais cresceram ao longo de 2016, está a de roubo de veículo: o aumento foi de 34,4% em relação a 2015. Ao longo do ano, o crime fez 41.704 vítimas. O número ultrapassou, pela primeira vez nesses 25 anos, os 40 mil casos. Até então, o maior registro tinha sido o de 2002, com 34.432 veículos roubados. O período entre 2002 e 2006 concentrava o pior desempenho desde 1991.
 
Já a estatística de homicídio doloso (quando há a intenção de matar) retornou a patamares do início da política das UPPs. Desde 2009 (primeiro ano com o projeto em funcionamento), o número de mortes violentas não ultrapassava a marca de cinco mil. Na comparação com o ano passado - quando foi registrada queda em relação a 2014 - , o aumento foi de 19,8% (5.033 casos, contra 4.200).
 
A taxa no estado ficou em 29,9 vítimas por cem mil habitantes. O aumento ocorreu, principalmente, em municípios da Baixada Fluminense, como Duque de Caxias, Queimados e Japeri, do Norte Fluminense, incluindo Campos dos Goytacazes e Macaé, e da Região dos Lagos, entre eles Rio das Ostras, Cabo Frio e Araruama.
Em dezembro de 2016, também foi visto crescimento em relação ao mesmo mês de 2015: foram 461 vítimas, ou 79 mortes a mais na comparação com o mesmo período do ano anterior.
 
A letalidade violenta - que inclui homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e homicídio em confronto com a polícia (auto de resistência) - subiu 24,7%. Em 2015, foram 5.010 vítimas, contra 6.248 ano passado.
 
O indicador de roubos a pedestres atingiu 93.955 casos - o equivalente a dez assaltos por hora, em média - , total que supera a soma de todos os registros dos primeiros oito anos computados pelo ISP, entre 1991 e 1998, quando houve 91.224 ocorrências. Até então, o pior ano do índice havia sido 2014, com 80.558 vítimas, cerca de 15% a menos que no ano passado.
 
Também chama a atenção a explosão dos roubos de carga, que vêm crescendo ano a ano desde 2013. De lá para cá, os casos quase triplicaram, saltando de 3.534 para as 9.874 ocorrências registradas durante 2016. Na comparação com o ano anterior (7.225 roubos), o aumento também é expressivo: 36,6%.
 
Violência na grande Niterói
 
Os crimes subiram em todas as regiões do estado. No interior, na Baixada Fluminense, na Grande Niterói e na capital, roubos a pedestres, de cargas e de carros apresentaram crescimento no ano passado em relação a 2015. Os aumentos mais vertiginosos ocorrem na Grande Niterói, onde os roubos de cargas praticamente dobraram - passaram de 483, em 2015, para 931, em 2016 - e os roubos a pedestre subiram quase 70%: de 9.750 para 16.546 casos.
 
Na capital, os assaltos a pedestres cresceram 22%, chegando a 45.169 registros em todo o ano. Já os de veículos cresceram 24%, e os de carga, 18%. Os homicídios na cidade aumentaram 10% em relação a 2015: de 1.200 para 1.329.
 
No interior do estado, o maior aumento percentual foi o de assalto a pedestres, que cresceu 89%, passando de 2.897 casos em 2015 para 5.494 no ano passado. O crime também foi o que mais cresceu na Baixada - os registros aumentaram em mais de dez mil casos, chegando a 26.746.
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