04/10/2013 - 10:08

COMPARTILHE

Grupos indígenas protestam contra mudanças nas demarcações de terras

Jornal Diário da Indústria e Comércio

Inconformados com projetos de lei que atingem povos indígenas, cerca de 1,5 mil índios de todo o país fizeram um enterro simbólico de parlamentares e ministros no gramado em frente ao Congresso Nacional. Líderes indígenas também entregaram um documento a deputados listando as reivindicações de mais de cem etnias que vieram a Brasília protestar contra propostas que tramitam no parlamento.
 
Os índios criticam, entre outros projetos, a Proposta de Emenda à Constituição que altera as regras de demarcação de reservas indígenas. Em razão da pressão dos indígenas, o presidente em exercício da Câmara, deputado André Vargas (PT-PR), sinalizou que a tendência é que a PEC 215 seja arquivada.
 
Para registrar a insatisfação com os projetos de lei, os índios decidiram promover um enterro de congressistas da bancada ruralista e integrantes do governo federal que eles consideram inimigos da causa indígena. Sob os olhares de parlamentares, os índios cavaram uma cova nos gramados do parlamento e depois de cobri-la com terra cravaram cruzes de madeira com as fotos do líder do DEM, deputado Ronaldo Caiado (GO), da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), e dos ministros Gleisi Hoffmann e Luís Inácio Adams (Advocacia Geral da União).
 
Encerrada a sepultura, pajés fizeram um ritual religioso em volta da cova. Enquanto isso, dezenas de índios cantavam e dançavam. A Polícia Militar do Distrito Federal fez um cordão de isolamento diante da fachada do Legislativo para evitar invasões. Na véspera, os mesmo índios tentaram entrar sem autorização no Congresso, mas foram contidos pelos policiais. Ontem, entretanto, não houve registro de tumultos.
 
Em Campo Grande
 
Lideranças indígenas de Mato Grosso do Sul afirmam que não vão deixar o prédio do Distrito Sanitário Especial Indígena (Dsei) de Campo Grande (MS) até que suas reivindicações sejam atendidas. A unidade gestora do sistema responsável pela saúde de cerca de 69 mil índios de 202 aldeias está ocupada desde o último dia 18. Na quarta-feira, dia 2, a Justiça Federal determinou a reintegração da posse do prédio. Os índios reclamam da falta de remédios nas aldeias e afirmam que o atendimento médico é precário. Segundo Otoniel Terena, o "descaso com a saúde índigena" também se reflete na falta de estrutura que compromete o trabalho dos profissionais da Secretaria Especial de Saúde Indígena.
Abrir WhatsApp