26/09/2012 - 09:39

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Grupo vai investigar crimes da Operação Condor

jornal Diário Comércio, Indústria & Serviços

Um grupo de trabalho coordenado pela Comissão Nacional da Verdade vai investigar as atividades da Operação Condor, que oficialmente começou a vigorar em 1975 em plena ditadura militar. A operação foi uma aliança político-militar entre os governos autoritários do Brasil, da Argentina, do Chile, da Bolívia, do Paraguai e do Uruguai.
 
 Integrantes do grupo não serão remunerados
Segundo o apurado até o momento através de dados dos atuais governos dos países envolvidos, calcula-se que, apenas na década de 1970, o número de mortos e "desaparecidos" políticos tenha chegado a aproximadamente 290 no Uruguai, 360 no Brasil, 2 mil no Paraguai, 3,1 mil no Chile e 30 mil na Argentina, a ditadura sul-americana que mais vítimas deixou em seu caminho. Estimativas menos conservadoras estimam que a Operação Condor tenha chegado ao saldo total de 50 mil mortos, 30 mil desaparecidos e 400 mil presos.
 
O grupo de trabalho será presidido pela advogada Rosa Maria Cardoso da Cunha, que faz parte da Comissão Nacional da Verdade, como a professora de história da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Heloísa Maria Murgel Starling, o jornalista Luiz Cláudio Cunha e Paula Rodrigues Ballesteros, assessora da Comissão Nacional da Verdade.
 
Todos exercerão as atividades sem remuneração por "prestação de serviço relevante" ao País.
 
Segundo o apurado até o momento através de dados dos atuais governos dos países envolvidos, calcula-se que, apenas na década de 1970, o número de mortos e "desaparecidos" políticos tenha chegado a A determinação do grupo é "esclarecer os fatos, as circunstâncias e os autores dos casos de graves violações, torturas, muitos desaparecimentos forçados e ocultação de cadáveres" durante a Operação Condor, diz o texto, que estabelece a atuação dos integrantes. Não há fixação de prazos nem períodos para a conclusão dos trabalhos.
 
Para integrantes da Comissão Nacional da Verdade, o grupo de trabalho poderá apurar alguns episódios polêmicos da história nacional, como a morte dos ex-presidentes João Goulart e Juscelino Kubitschek, ambos falecidos em 1976, na vigência da Operação Condor.
 
Goulart governou o Brasil de 1961 até ser deposto pelo golpe militar de 1964. Ele morreu em dezembro de 1976, na Argentina, oficialmente de ataque cardíaco. A versão é contestada por parentes que acreditam em envenenamento por agentes da Operação Condor.
 
No caso de Kubitschek, a comissão recebeu da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Minas Gerais (OAB-MG) um relatório contestando a versão sobre a morte dele em consequência de um acidente de carro.
 
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