Agentes da 72ª DP (Mutuá) investigam o assassinato de José Luiz Leandro da Silva, de 54 anos, funcionário da tesouraria da OAB/RJ. Ele passava de moto pela Rodovia BR-101 na noite de quarta-feira quando foi cercado por homens armados em uma motocicleta e um carro de modelo e placa não anotados. José Luiz foi atingido por disparos em uma das pernas e pelas costas. O crime aconteceu por volta de 20h na altura do km 38 da pista sentido São Gonçalo, próximo ao Posto da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Itaúna. Segundo parentes, a vítima tinha saído do trabalho e seguia para casa, no Jardim Catarina, em São Gonçalo. O presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, disse que já enviou ofício à chefe de Polícia Civil, delegada Martha Rocha, solicitando urgência nas investigações. Ele também pediu policiamento mais ostensivo para a região, pois recebeu informações de que quadrilhas estão agindo no local roubando pedestres e veículos. Ontem à tarde ele esteve no enterro do tesoureiro, que foi realizado no cemitério Parque da Paz, no Pacheco, em São Gonçalo. Era um trabalhador aplicado que cresceu na OAB, onde ingressou como office-boy Felipe Santa Cruz presidente da OAB/RJ "Considero a morte dele um absurdo, resultado da onda de violência. Era um trabalhador aplicado que cresceu na OAB, onde ingressou como office-boy", declarou. Santa Cruz reclamou ainda da demora na liberação do corpo pelo Instituto Médico Legal (IML) de Tribobó, onde foi feita perícia, que atrasou o enterro, marcado para 15h30, mas que só ocorreu por volta das 17h. O atraso impediu que Santa Cruz e outros colegas da OAB acompanhassem o cortejo, que foi acompanhado por mais de 150 pessoas. Cunhado do tesoureiro, João Batista Viana, de 38 anos, lamentou o ocorrido. "Foi muita violência contra uma pessoa que não fazia mal a ninguém. Nem tive coragem de ir buscar a moto após a perícia porque havia muito sangue", desabafou. Também presente, Sebastião Ronaldo Silva Ângelo, presidente do clube Master Grêmio, onde o tesoureiro costumava jogar bola, contou que ele era uma pessoa muito estimada pela comunidade do Jardim Catarina. "Em menos de três meses já é o terceiro amigo que perdemos para a violência na Rodovia BR- 101", declarou, lembrando dois outros assassinatos durante assaltos naquela estrada. Crime Uma testemunha viu quando José Luiz caiu da moto, uma Honda XRE 300, no acostamento da via. Achando se tratar de um acidente, ele caminhou até o posto e avisou aos agentes. Quando a equipe da PRF chegou ao local percebeu que ele tinha sido atingido por um tiro na perna e que estava perdendo muito sangue. Os agentes chamaram uma ambulância da Auto Pista Fluminense, concessionária que administra a via, que o socorreu e o levou para o Hospital Estadual Azevedo Lima (Heal), mas o tiro atingiu a artéria femoral, e, devido à grande perda de sangue, ele morreu. Um dos agentes responsáveis pelas investigações disse que espera o laudo da perícia do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE). "Até o momento, sem o laudo oficial, fica difícil precisar o que aconteceu. A bala pode ter sido contra outra pessoa e ter pegado nele por engano ou alguém pode ter feito uma emboscada. Ainda há possibilidade de tentativa de assalto", declarou.