O presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, participou nesta terça-feira, dia 17, de um debate que reuniu cerca de 200 pessoas entre gestores públicos, empresários, artistas, moradores e frequentadores da Lapa para discutir a segurança do bairro, que registrou três mortes violentas recentemente. A mesa teve também a participação do delegado da Polícia Civil Orlando Zaccone, além da representante do movimento Ocupa Lapa Isabel Gomide, do professor de capoeira Léo Barata e do representante do Centro Social Cultural da Lapa Jurandir Albuquerque - os dois últimos moradores da região. Antes do debate, que aconteceu no Circo Voador, foi realizado o ato público S.O.S. Lapa em frente aos Arcos. Os eventos foram organizados pelo produtor cultural Léo Feijó com apoio da diretora do Circo, Maria Juçá, entre outros. Acho que a palavra central é convivência, ouvir uns aos outros. E não podemos também apenas transferir a agenda para o poder público Felipe Santa Cruz presidente da OAB/RJ Segundo o presidente da OAB/RJ, o primeiro esforço da Ordem no debate é ouvir as pessoas e colocar-se ao lado da comunidade da Lapa. "Aqui ao lado temos uma sede da OAB/RJ, na Rua do Rezende, temos a sede da Justiça do Trabalho, na Rua do Lavradio. Estamos todos diante de um problema concreto, três pessoas morreram assassinadas nos últimos dias nessa região, é uma situação emergencial. Queremos ser parte da busca por soluções, porque fazemos parte da comunidade. Acho que a palavra central é convivência, ouvir uns aos outros. E não podemos também apenas transferir a agenda para o poder público", disse Felipe. O delegado Orlando Zaccone ponderou que apenas a repressão policial não basta. "A repressão nunca resolveu nada em nenhum lugar do mundo. Somos o 4º país no mundo que mais encarcera pessoas. E quanto mais pessoas são presas, mais crimes acontecem no ambiente social. O ideal é combinar mecanismos de prevenção com mecanismos de repressão", afirmou o delegado. O grupo, que sugeriu uma autogovernança no bairro, divulgou um texto com algumas propostas que devem ser apresentadas ao governo. O próximo encontro será no dia 14 de janeiro, no Teatro Odisséia. A partir de 1º de janeiro de 2014, a população contará com dois telefones exclusivos (97954-2424 e 97954-2424) para denunciar crimes e irregularidades na Lapa. O serviço, que é gratuito e tem garantia de anonimato ao denunciante, vai funcionar entre 21h30 e 5h30, todos os dias da semana. A medida faz parte da operação Lapa Presente, anunciada pelo governo do Estado nesta mesma terça-feira.