Para marcar o Dia Internacional da Mulher Negra, Latino-americana e Caribenha, nesta quinta-feira, dia 25, a OAB Mulher RJ e a Comissão de Estudos sobre Discriminação Interseccional da OABRJ realizaram um evento com título que referenciou a frase de Sojourner Truth: “E eu não sou uma mulher?” para provocar reflexão sobre os obstáculos impostos pelo racismo e pelo machismo, com palestras com temas como a saúde psíquica da mulher negra. Assista à transmissão do evento no canal da Seccional no Youtube. Na mesa de abertura estiveram a vice-presidente e a secretária adjunta da OABRJ, respectivamente Ana Tereza Basilio e Mônica Alexandre; a presidente da OAB Mulher RJ, Flávia Ribeiro, a desembargadora aposentada e diretora de Igualdade Racial, Ivone Ferreira Caetano; a vice-presidente da OAB/Madureira e Jacarepaguá e presidente da OAB Mulher local, Daniele Marçal; a vice-presidente da Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil (Cevenb), Alessandra Santos; a representante da Comissão de Estudos sobre Discriminação Interseccional da OABRJ Bárbara Ewers e a palestrante, psicanalista e pesquisadora de raça e gênero Roberta Ribeiro. “É uma honra estar entre estas mulheres no dia de hoje. Um dos nossos princípios fundamentais é a defesa dos direitos da igualdade, e nós estamos aqui hoje para fortalecer o compromisso da OABRJ com o combate ao racismo e à desigualdade de gênero”, disse Basilio. A secretária adjunta da OABRJ, primeira mulher negra a ocupar um posto na Diretoria da entidade, rendeu homenagem a duas mulheres pretas importantíssimas para o Direito e a sociedade de forma geral: Esperança Garcia, considerada a primeira mulher advogada do país, e Tereza de Benguela, líder quilombola no século XIX. “Dentro do contexto que vivemos, não podemos permitir que a sociedade reduza mulheres negras somente a corpos. Nós, advogadas negras, enfrentamos inúmeros desafios na caminhada, mas, com inspiração em mulheres como Esperança Garcia, seguimos firmes em nossa caminhada, com a certeza de que nossa luta é justa e muito necessária. A advocacia negra carrega consigo um legado de resistência e resiliência que não pode ser esquecido. Trabalhamos em função de um futuro em que todas as pessoas independentemente de sua cor, tenham acesso às oportunidades e à Justiça”, declarou Mônica. Ribeiro destacou que os avanços são inegáveis no que diz respeito à vida e à representatividade da mulher negra na sociedade, mas há a necessidade expressa de mais evolução e quebra de paradigmas. “A classe que mais sofre violência em todos os âmbitos da sociedade somos nós, direta e indiretamente. Hoje estamos aqui para discutir este tema tão importante porque, ainda hoje, todas as mulheres negras são atravessadas por violência. O objetivo é discutir essa temática para avançar rumo a uma sociedade que respeite todos e todas da mesma forma”, enfatizou a presidente da OAB Mulher RJ.