12/01/2012 - 16:37

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Estado quer mais R$ 1 bilhão para conter encostas

O Globo

Um ano após os temporais provocarem 777 deslizamentos em sete municípios da Região Serrana, a maioria dos pontos não recebeu obras de contenção. O subsecretário de Interior do governo do estado, Affonso Monnerat, estimou ontem que R$ 1 bilhão ainda terão que ser gastos nas encostas para torná-las seguras. Ele não incluiu os investimentos para recuperar áreas consideradas de menor risco, por estarem em locais isolados. Na conta também estão fora os R$ 147 milhões que estão sendo investidos em 30 pontos considerados prioritários. As primeiras obras acabam este mês em Petrópolis, mas a maioria deve prosseguir até março. Ou seja, ao fim de mais um verão.
 
"O trabalho é complexo e difícil. Além da contenção, redes de drenagem têm que ser implantadas", disse Monnerat.
 
As obras se limitaram às cidades maiores. Os 30 pontos estão em Friburgo (8), Teresópolis (12) e Petrópolis (10). Sumidouro, Bom Jardim, Areal e São José do Vale do Rio Preto, que somaram quase 200 deslizamentos, ainda esperam recursos. Em vistoria feita na região, porém, o CREA só encontrou oito pontos em obras.
 
"Os prefeitos escolheram as áreas prioritárias. Só em Friburgo são R$ 102 milhões gastos em seis pontos do Centro e nos bairros de Córrego D’Antas e Duas Pedras", explicou o subsecretário.
 
O vice-governador Luiz Fernando Pezão atribuiu ontem outros fatores, além da complexidade das intervenções, à demora. Um dos motivos seria a falta de mão de obra especializada. Ele defendeu também a criação de legislação específica para contratar obras após tragédias naturais.
 
"As próprias empreiteiras têm dificuldade para contratar geólogos devido à concorrência com a indústria do petróleo e gás. E, no Rio, os insumos estão mais caros devido ao mercado da construção, aquecido com as obras da Copa e das Olimpíadas. Mas a tabela para construir casas, por exemplo, é única para todo o país", disse Pezão.
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