Estado indeniza vítimas da polícia e da ditadura Do jornal O Globo 26/08/2009 - O governador Sérgio Cabral pediu desculpas aos parentes de dois jovens mortos por PMs na década de 90 e a 30 ex-presos políticos que sofreram torturas físicas e psicológicas durante a ditadura militar. A retratação pública, que será acompanhada de indenização, ocorreu no Palácio Guanabara, nesta terça, quando tomou posse a Comissão de Reparação a ex-presos políticos do Governo do Estado. Participam da Comissão a presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, Margarida Pressburger, e o secretário-geral adjunto da OAB/RJ, Marcelo Chalréo. Cada ex-preso receberá R$ 20 mil e, no caso das mães dos rapazes assassinados, o valor é R$ 90 mil. No que diz respeito aos jovens mortos, a reparação do governo do estado segue uma recomendação da Corte Interamericana de Direitos Humanos, da Organização dos Estados Americanos, que recebeu a denúncia sobre o assassinato de Jailton Neri e Wallace de Souza, ambos moradores de favelas do Rio. A entidade concluiu que houve violação dos direitos humanos e estipulou o valor da indenização. Segundo Cabral, o governo está buscando o caminho da paz ao cumprir a recomendação. A assessoria de imprensa da PM não soube informar quem são os policiais envolvidos nos casos e o que aconteceu com eles. Entre os ex-presos políticos, um dos homenageados foi Hélio da Silva, de 67 anos, que passou oito anos preso por subversão e foi vítima de choques elétricos e sessões de afogamento, entre 1972 e 1980. Cabral também anunciou a posse da nova comissão de reparação, que além dos representantes da OAB, é composta por integrantes do Tortura Nunca Mais e do Conselho Estadual de Medicina, além de autoridades do governo. O objetivo do grupo é analisar os processos de anistiados políticos e conceder novas indenizações.