A Secretaria de Segurança Pública contestou ontem a pesquisa do economista Daniel Cerqueira, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que põe em xeque a queda de homicídios no estado desde 2007, início do governo Sérgio Cabral, divulgada pelo Instituto de Segurança Pública (ISP). Convênio entre o ISP e o estado vai agilizar as informações para a Secretaria de Saúde. Segundo o ISP, em 2006 foram 7.649 mortes e em 2009, 7.106, queda de 7%. A pesquisa apontou menos 28%. Comparando os números do SUS com os do ISP, o estudo constatou que em 2006 foram 7.099 mortes contra 5.064 em 2009. Para o pesquisador, há um erro nos dados do estado. "Ou o sistema médico-legal do Rio faliu ou foi fraude", questiona Cerqueira, do Ipea. O governo estadual se defende. "São dados abaixo dos oficiais. Isso mostra que não há manipulação", disse o diretor de Polícia Técnico-Científica, Sérgio Henriques. Segundo ele, uma das causas da diferença de números é o atraso no repasse pelas prefeituras das informações sobre mortes à Secretaria Estadual de Saúde. Por isso, a partir de agora, o Instituto Médico- Legal (IML) passará a emitir declaração de óbito com o número da ocorrência. "Não é corrigir erros. É facilitar o trabalho da Saúde para que ela obtenha mais rápido informações sobre a causa da morte não especificada nos atestados de óbito, mas que será esclarecida nas investigações", explicao diretor. Para o diretor do ISP, tenente- coronel Paulo Teixeira, a comparação é equivocada já que analisa dados de homicídios do ISP com os de mortes violentas com causas indeterminadas do Ministério da Saúde. "São banco de dados feitos de forma diferente", disse.