Em entrevista à coluna Justiça e Cidadania, do jornal O Dia, nesta terça-feira, dia 18, o presidente da OAB/RJ, Felipe Santa Cruz, falou sobre o projeto de lei da reforma trabalhista, sancionado na semana passada pelo presidente Michel Temer. Para Felipe, a sanção é um grande erro de um Congresso sem credibilidade e de um presidente sob ataque ético. Para preparar os advogados às novas regras, a Ordem fará cursos, palestras e debates, com enfoque na formação profissional. "Vamos ver como serão pactuados os novos institutos. Começa nas empresas e chegará no Judiciário. A OAB investirá em formação. No Rio, há mais de 40 mil advogados nessa área", destaca. Em outro trecho da entrevista, o presidente da Seccional reforça a importância do Direito do Trabalho: "O Direito do Trabalho existe para minorar conflitos. Alguns setores defendem modernização, outros entendem que os trabalhadores não têm força de negociação, a não ser sindicatos. Hoje temos carência de organização, isso causará desequilíbrio". Leia a íntegra da entrevista: Reforma sem legitimidade O presidente Michel Temer sancionou, na semana passada, o projeto de lei da Reforma Trabalhista, que altera em mais de cem pontos a CLT, de 1943. As novas normas estão previstas para entrar em vigor em 120 dias após a sanção, mas o Governo se comprometeu a enviar uma medida provisória para o Congresso Nacional alterando alguns pontos da nova legislação. Como o senhor avalia a sanção da Reforma? Grande erro de um Congresso sem credibilidade e de um presidente sob ataque ético. Abraçaram sem reflexões o ideário de um empresariado açodado. Será atacada na Justiça e trará conflitos para a Justiça do Trabalho. Qual a saída? O Direito do Trabalho existe para minorar conflitos. Alguns setores defendem modernização, outros entendem que os trabalhadores não têm força de negociação, a não ser sindicatos. Hoje temos carência de organização, isso causará desequilíbrio. Exploração do empregado leva ao conflito? Houve vitória do empresariado. Vamos ver como a nova legislação será interpretada na Justiça. Quais pontos que deverão ser atacados? Vamos ver como serão pactuados os novos institutos. Começa nas empresas e chegará no Judiciário. A OAB investirá em formação. No Rio, há mais de 40 mil advogados nessa área.