22/08/2009 - 16:06

COMPARTILHE

Para empresas brasileiras, Justiça trabalhista é parcial, mostra estudo

Para empresas brasileiras, Justiça trabalhista é parcial, mostra estudo

 

 

Do jornal O Globo

 

22/08/2009 - As grandes empresas brasileiras desconfiam da parcialidade da justiça trabalhista.

 

Essa é uma das conclusões de uma pesquisa obtida pelo GLOBO sobre a percepção das grandes empresas brasileiras em relação à atuação do Poder Judiciário. Pelo levantamento, feito pela diretora do Centro Brasileiro de Estudos e Pesquisas Judiciais Maria Tereza Sadek, a pedido do Instituto Etco, mais da metade dos empresários ouvidos (53%) consideram que a Justiça do Trabalho de primeira instância é parcial em seus julgamentos, enquanto 35% também apontam o problema na segunda instância.

 

A corte trabalhista também aparece em má colocação quando as empresas são consultadas sobre como as suas várias instâncias tratam o respeito aos contratos, o direito à propriedade e atenção estrita à lei. As notas dadas a esses quesitos são consideradas negativas e ficam aquém dos demais tribunais. Numa escala de 0 a 10, as notas dadas à Justiça do Trabalho ficam entre 4 e 5.

 

"Isso mostra que é forte a percepção de que a Justiça do Trabalho tem um viés fortemente pró-trabalhadores e contrário às empresas", diz Maria Tereza.

 

Para os demais tribunais, percepção é positiva Foram ouvidas 17 empresas de grande porte que atuam em cinco ramos da economia (farmacêutico, distribuição de combustíveis, bebida, fumo e informática). A maioria desse universo é de capital estrangeiro, tem mais de 30 anos de história e atua em todo o território nacional.

 

O levantamento mostra que as justiças estaduais e federal e os demais tribunais superiores são bem cotados em relação aos cumprimento de contratos, direito a propriedade e respeito às leis. Neste caso, os tribunais estão com notas acima de 6. O Supremo Tribunal Federal é o mais bem cotado pelas empresas, ficando com nota média de 8.

 

"Esse resultado me surpreendeu positivamente. Isso mostra que as mudanças que vêm ocorrendo no Poder Judiciário já estão sendo percebidas pela sociedade", diz a pesquisadora.
Abrir WhatsApp