23/02/2012 - 18:18

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Elaborada declaração conjunta sobre mortalidade materna no Brasil

redação da Tribuna do Advogado

Na última semana, o Brasil foi avaliado pelo Comitê para a Eliminação da Discriminação contra a Mulher (Cedaw), da Organização das Nações Unidas (ONU). Esse fato motivou, na última quinta-feira, 16, ONGs, grupos, movimentos sociais e organizações a elaborarem uma declaração para dar visibilidade à questão da mortalidade materna no país. A OAB Mulher e as Comissões de Bioética e Biodireito e de Direitos Humanos e Assistência Judiciária foram os núcleos da Seccional que assinaram o documento.
 
Em 10 de agosto de 2011, o mesmo Comitê proferiu sua decisão no caso Alyne da Silva Pimentel vs. Brasil, em que determinou ser o Brasil responsável pela violação de suas obrigações legais internacionais previstas na Convenção para Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres em razão das condições em que a Sra. Da Silva Pimentel, uma mulher pobre, negra e que vivia na Baixada Fluminense, morreu ao tentar acessar serviços de saúde materna no estado do Rio de Janeiro. A falecida, ao chegar ao centro de saúde sofrendo uma hemorragia durante a gravidez, foi vitimizada pela baixa qualidade dos serviços médicos, por um tratamento médico de emergência inadequado, pela negligência dos profissionais de saúde e ainda pela discriminação sistemática.
 
Até a presente data, seis meses após a comunicação da decisão do Comitê, o Estado brasileiro ainda não apresentou publicamente um plano para a implementação das recomendações recebidas. Pelo contrário, lançou medidas para enfrentar a mortalidade materna que, flagrantemente, violam os direitos humanos e não respondem adequadamente as às opiniões e recomendações do Comitê.
 
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