Clara Passi A Diretoria de Igualdade Racial da OAB/RJ usou o Dia Nacional da Consciência Negra – Zumbi de Palmares (comemorado em 20 de novembro) como gancho para debater o racismo no Brasil numa palestra nesta terça-feira, dia 27, na Ordem. A diretora do grupo, Ivone Caetano, conduziu o painel, que foi composto também pelas advogadas Daniele Conceição dos Santos e Berenice Aguiar, que também é médica ginecologista. A transmissão do evento está disponível na página da Ordem no YouTube. “Já ouvi falar: 'Para que serve o Dia da Consciência Negra?' Até agora, poucos são os negros que conhecem verdadeiramente sua história, sua ancestralidade. É importante que uma reunião como esta exista, mesmo se pequena. É preciso transmitir essas narrativas às próximas gerações. Não só aos negros, mas a toda sociedade brasileira. Houve miscigenação forçada neste país e ninguém fala sobre isso”, afirmou Caetano. Santos falou em primeira pessoa sobre o preconceito racial, problema estruturante da sociedade brasileira. Neta e filha de empregadas domésticas, ela se graduou na universidade através das políticas afirmativas. “Quando o negro sai do espaço doméstico, começa a enfrentar o racismo. A Lei de Cotas se faz necessária porque, no Brasil, é diferente ser pobre e negro”, disse ela. Aguiar fez uma alentada exposição sobre as doenças que acometem a população negra e a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, aprovado em novembro de 2006 pelo Conselho Nacional de Saúde. O evento deu voz às mulheres negras, que foram unanimidade também na plateia.