02/05/2012 - 17:04

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Direito em Debate: participantes defendem Diretas na OAB Federal

redação da Tribuna do Advogado

A necessidade de transparência e inclusão dos colegas no processo decisório e a incoerência de defender externamente uma causa enquanto seus processos internos permanecem retrógrados foram alguns dos pontos abordados pelo presidente da Seccional, Wadih Damous, e pelo conselheiro federal da OAB pelo Rio de Janeiro Marcus Vinicius Cordeiro ao defenderem a proposta de eleições diretas para a direção nacional da Ordem durante o programa Direito em Debate, que foi ao ar nesta terça-feira, dia 1º, às 21h.
 
De acordo com Wadih, é preciso adotar internamente o que é defendido para a sociedade. "A OAB sempre esteve na linha de frente do movimento diretas já para a presidência da república e as suas eleições ainda são indiretas. Parte-se do pressuposto de que o advogado não sabe votar", afirmou. Ele espera que a campanha pela votação direta sensibilize a classe. "É necessário mobilizar os dirigentes no sentido de apoiarem o projeto de lei que está em tramitação na câmara dos deputados e que institui definitivamente o processo eleitoral direto para a advocacia brasileira", declarou.
 
Wadih e Marcus Vinícius na gravação do programa    Foto: Lula AparícioTransparência e democracia são, para Marcus Vinicius, os dois pontos fundamentais a serem tocados. "São duas palavras caras para a advocacia, já que a Ordem sempre esteve à frente de todas as lutas que tinham como pressuposto este binômio. É paradoxal, portanto, a Ordem não praticá-los internamente", constatou. Ainda de acordo com o conselheiro, a recompensa será o reconhecimento como uma entidade verdadeiramente democrática. "O grande ganho será sairmos desta redoma para, junto com o estado de direito democrático, ter uma forma de eleição que pregamos há anos para a sociedade", disse.
 
Para Wadih, o processo indireto não serve à classe. A resistência que ainda existe por parte de alguns se dá em razão de uma visão distorcida do processo eleitoral, segundo ele. "Atualmente, o presidente e a diretoria são escolhidos em conchavos entre quatro paredes, com a marginalização de mais de 700 mil advogados. Isso enfraquece a OAB e tira a legitimidade de seu presidente, que acaba sendo tutor de interesses dos conselheiros federais ao invés de um administrador e defensor dos interesses da advocacia nacional", finalizou.
 
O Direito em Debate é transmitido pela Rede Vida todas as terças-feiras, às 21h, e está disponível na TV OAB/RJ.
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