Decisão de Gilmar Mendes sobre deputados provoca protestos em Alagoas Do jornal O Globo 14/07/2009 - Oito deputados estaduais acusados de desviar R$ 300 milhões da folha de pagamento da Assembleia Legislativa e de assassinato poderão reassumir os mandatos. A determinação é do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes. Eles estavam afastados da Assembleia há dez meses, por decisão da 16ª Vara Civel da capital. O procurador-geral do estado, Mário Jorge Uchoa, informou que vai recorrer da decisão. Jorge Venerando, coordenador do Movimento Social de Combate à Criminalidade (MSCC), que reúne 180 entidades da sociedade civil organizada, disse que os movimentos se reúnem amanhã para discutir estratégias de mobilização: "Lamentamos profundamente que o ministro tome uma decisão sem olhar os interesses do povo. Essa decisão traz consequências sociais e históricas". Acreditamos que o juiz Gustavo Souza Lima decidirá o mérito da ação cautelar. Pedimos apoio à sociedade e fazemos um apelo: temos que nos mobilizar. Juízes e desembargadores do estado se reuniram para avaliar as consequências da decisão de Gilmar. O procurador Sérgio Jucá, do Ministério Público do estado, protestou: "Creio que esta decisão nefasta será revertida. Ela é prejudicial aos interesses do nosso povo. O Supremo mostra ao povo mais simples e a todos os alagoanos que ladrões de galinha podem ser presos e os de colarinho branco ficam soltos". Os oito deputados são: Antônio Albuquerque (sem partido), Cícero Ferro (PMN), Arthur Lira (PMN), João Beltrão (PMN), Nelito Gomes de Barros (PMN), Isnaldo Bulhões Júnior (PMN), Dudu Albuquerque (sem partido) e Marcus Ferreira (PMN). Eles são acusados pela Polícia Federal de peculato, lavagem de dinheiro e crime contra a ordem financeira nacional. Albuquerque, Cícero Ferro e Beltrão foram presos no início do ano, acusados de chefiar uma quadrilha de pistoleiros. Beltrão é acusado ainda de tramar a morte do delegado geral da Polícia Civil Marcílio Barenco.