31/03/2011 - 16:06

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Cursos de Direito podem perder 20 mil vagas, diz MEC em evento da OAB

MEC pode cortar 20 mil vagas nos cursos de Direito, diz secretário em evento da OAB


Da redação da Tribuna do Advogado

31/03/2011 - É bem provável que haja um novo corte nas vagas dos cursos de Direito no país que não estejam atendendo níveis satisfatórios de qualidade, e pode-se estimar desde já que deverá ficar em torno de 20 mil. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 31, pelo novo secretário de Regulação e Supervisão dos cursos superiores, Luís Fernando Massoneto, que representou o ministro da Educação, Fernando Haddad, na abertura do II Seminário de Educação Jurídica, promovido pelo Conselho Federal da OAB, com o apoio da Seccional, no Rio. Em 2008, o MEC cortou 24.380 vagas de 81 instituições.

Massoneto, que é advogado e professor da USP, contou que a secretaria é uma nova estrutura regulatória criada na atual gestão para os cursos superiores, e aglutinará as demais espalhadas no país que estão em funcionamento. "Não há mais espaço para convivermos com um ensino superior abaixo de índices satisfatórios. Estamos muito longe ainda de chegar a índices de excelência, esta será uma ação de longo prazo, mas funcionaremos já como uma auditoria permanente a partir dos dados do Exame Nacional de Desempenho de Estudantes e os demais mecanismos de avaliação", afirmou, lembrando que existem atualmente 215.114 vagas ofertadas por 1.098 cursos. O secretário pediu a colaboração da OAB na tarefa que está iniciando.

"Quero pedir à OAB que nos ajude no aprimoramento desta nova identidade que estamos assumindo de controle permanente de qualidade dos cursos de Direito", disse, dirigindo-se à plateia de advogados, professores e estudantes que lotou o auditório do Jockey Club, no Centro do Rio.

O presidente da Seccional, Wadih Damous, anfitrião do seminário, saudou a todos e lembrou que a Ordem "vem sendo cobrada" para atuar mais fortemente na educação jurídica. Wadih considerou muito positiva a nova estrutura criada pelo MEC e disse ter "certeza de que o seminário será um marco histórico da inserção da Ordem no tema".

Em seu discurso de abertura, o presidente do Conselho Federal, Ophir Cavalcante, afirmou que "um ensino jurídico não qualificado compromete a formação dos operadores do Direito e o advogado bem preparado é e será sempre sinônimo de uma Justiça melhor". Ophir lembrou que a advocacia e a sociedade ainda sofrem com a existência de instituições de ensino que continuam a cometer estelionato educacional com os jovens que, com sacrifício, frequentam e pagam um curso de Direito confiando terão o conhecimento necessário para se tornarem advogados.

"Quando termina o curso e se submete ao Exame de Ordem ou a um concurso, o candidato é reprovado. Ou seja, no final ele verifica que tem um diploma na mão, mas que não vale nada", disse.

O seminário, que termina sexta, dia 1º e recebeu mais de 300 inscritos, tem como tema central Necessidades Sociais e Expectativas da Educação Jurídica de Qualidade. Também compuseram a mesa de abertura, além de Ophir, Wadih e Massonetto, o presidente da Comissão Nacional de Educação Jurídica do CF, Rodolfo Hans Geller, o presidente da ESA/RJ, Renan Aguiar; o coordenador acadêmico Ademar Pereira e o membro do Conselho Nacional do Ministério Público Adilson Gurgel.

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