A 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro, até então responsável pelos processos contra o empresário Eike Batista, está sob correição. O procedimento começou nessa terça-feira, dia 3, por determinação do corregedor-geral da Justiça Federal da 2ª Região, desembargador Guilherme Couto de Castro. O objetivo do procedimento é apurar a regularidade dos bens apreendidos nos processos em curso naquela unidade por determinação do juiz titular Flávio Roberto de Souza. No último dia 24 de fevereiro, o juiz foi flagrado dirigindo o Porsche do empresário Eike Batista (foto) quando chegava à sede da Justiça Federal. O episódio revelou que o juiz mantinha a guarda do Porsche e outros dois veículos de luxo do ex-bilionário na garagem do prédio onde mora, na Barra da Tijuca. E que Souza dera a um vizinho a guarda de um piano de cauda do empresário. Por causa disso, o juiz acabou afastado dos processos contra Eike por decisão administrativa tomada pela corregedora nacional de Justiça, ministra Nancy Andrigui, na última quinta-feira, dia 26. O afastamento do juiz dos casos contra o ex-bilionário também foi confirmado na esfera judicial, nessa terça-feira, dia 3, pela 2ª Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª Região. O colegiado julgou uma exceção de suspeição proposta pela defesa do empresário para tirar Souza do processo. Segundo os advogados, o magistrado foi parcial nas entrevistas que concedeu à imprensa sobre as ações, ainda por ocasião da primeira audiência de instrução e julgamento das ações, que aconteceu em setembro do ano passado. Souza pediu licença do cargo por motivos de saúde. Ele responde a quatro procedimentos. Dois deles são disciplinares e tramitam no Conselho Nacional de Justiça. Foram movidos pela seccional do Rio da Ordem dos Advogados do Brasil e pela defesa de Eike e visam o afastamento do juiz do cargo. Os outros dois são sindicâncias e foram abertas pela Corregedoria Regional da 2ª Região. Um visa a apurar a guarda pelo juiz dos bens de Eike apreendidos pela Polícia Federal. O outro investiga as declarações de Souza de que seria normal juízes usarem bens apreendidos em processos. A correição segue até sexta-feira, dia 6. Por conta do procedimento, o juízo ficará fechado.