06/01/2015 - 12:47

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Coronel da PM acusado de apoiar nazismo é exonerado

jornal O Estado de S. Paulo

Suspeito de incitação à violência e nazismo, o comandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio, coronel Fábio Almeida de Souza, de 45 anos, foi exonerado ontem pelo secretário estadual de Segurança, José Mariano Beltrame.
 
O oficial era um dos principais nomes da corporação. Nos últimos dois anos, além de liderar por duas vezes o Choque, foi comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e chefiou a guarda pessoal de Beltrame. Ontem, o secretário negou que soubesse das denúncias quando nomeou o coronel para o cargo.
 
O caso veio à tona no fim de semana, com reportagem da revista Veja que revelou a troca de mensagens com teor nazista entre o coronel e outros oficiais. "É a vontade do Führer", escreveu um deles sobre o comandante, em referência a Adolf Hitler. Nas manifestações de junho de 2013, Souza chefiava o Choque. Por causa do excesso de violência com manifestantes, foi afastado. Dois meses depois, ganhou o comando do Bope.
 
O Choque, então, ficou sob o comando do tenente-coronel Márcio Rocha, desafeto de Souza. Em janeiro de 2014, Rocha foi vítima de tentativa de assassinato. A Corregedoria Interna da PM instaurou inquérito e, nas investigações, surgiu a troca de mensagens entre o coronel e comandados em grupo do WhatsApp. Por causa delas, o militar foi afastado do Bope pelo então comandante-geral da PM, coronel José Luís Castro.
 
Em entrevista à Veja, ex-comandante afirmou que, quando decidiu afastar o coronel, em abril de 2014, comunicou o motivo a Beltrame. "Estive pessoalmente na sala do secretário e informei o que tinha ocorrido. Ele só me pediu que o transferisse para a Secretaria de Segurança", disse Castro, "demitido" do comando-geral em novembro por Beltrame.
 
O secretário negou: "Não tenho o teor daqueles diálogos". Ontem, Beltrame disse ter tomado conhecimento das mensagens no fim de semana, ao ler a reportagem.
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