17/03/2015 - 12:47

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Conselho Federal pede mudanças no acordo ortográfico

jornal O Fluminense

Escreve-se "lava-jato" ou "lava jato"? "Hora extra" ou "hora-extra"? O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa passa a ser obrigatório no ano que vem, mas, para a Ordem dos Advogados do Brasil, ainda deixa dúvidas na grafia de palavras como essas, que ainda não constam no dicionário da língua portuguesa. Para buscar maior clareza, a OAB decidiu conversar com representantes do governo e da Academia Brasileira de Letras (ABL) para propor mudanças nas regras do acordo.
 
A intenção é que, até setembro sejam consolidadas mudanças para eliminar as brechas na grafia de determinadas palavras. "O acordo ainda não está claro. Queremos fazer algo mais lógico. A língua não é feita para intelectuais. O povo tem que saber grafar. Perde-se muito tempo sendo alfabetizado", diz o especialista em língua portuguesa e representante da Ordem para assuntos sobre nova ortografia, professor Carlos André Nunes.
 
No Itamaraty, Nunes reuniu-se com o secretário Jorge Tavares, do Departamento do Itamaraty para Promoção da Língua Portuguesa. A OAB pediu uma cadeira na comissão nacional que acompanha o Tratado Internacional do Acordo Ortográfico. Para tanto, deve se reunir ainda com representantes do Ministério da Educação e novamente com o pessoal do Itamaraty. Uma reunião com a comissão deverá ser marcada "o mais breve possível" para discussão técnica de possíveis mudanças.
 
Uma das principais questões em debate é o uso do hífen. A tão escrita "Lava Jato", que dá nome à operação da Polícia Federal que investiga desvio de recursos na Petrobras, entra no rol das palavras duvidosas. "O acordo não está claro. Quando duas palavras se juntam e dão origem a outra palavra, tem hífen. Mas, segundo a academia, quando perde-se a noção de composição e não se sabe a origem da palavra, como é o caso, não se usa o hífen", explica Nunes.
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