31/05/2010 - 16:06

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Comissão para prevenção e combate às drogas terá foco nos jovens

Comissão para prevenção e combate às drogas terá foco nos jovens


Da redação da Tribuna do Advogado

31/05/2010 - Reunir pessoas capacitadas para a prevenção e o combate às drogas e torná-las multiplicadoras de ideias e projetos por uma sociedade mais sadia é o principal objetivo da comissão lançada na sexta-feira, 28 de maio, e presidida pelo secretário-geral adjunto da OAB/RJ, Wanderley Rebello Filho. O grupo, integrado por advogados, especialistas e profissionais de diversas áreas, pretende trabalhar com o foco voltado, principalmente, para crianças e jovens, e definirá em breve o nome oficial com que vai atuar. "Temos que trabalhar junto àqueles que são mais vulneráveis", disse Wanderley.

Ele criticou "a profunda hipocrisia" no tratamento do tema. "Não defendo a liberação de nada, mas por que se pode beber álcool e fumar cigarros em público, ambos causadores de dependência, e não se pode fumar maconha? Por que a juventude não pode consumir ecstasy e pode tomar vodka com redbull nas festas?" - questionou, alertando que é preciso lidar com o problema pela via da prevenção e da educação.

O secretário-geral da Seccional, Marcos Luiz Oliveira de Souza, representando o presidente Wadih Damous, disse que a Comissão terá todo o apoio da Ordem, e destacou a importância da iniciativa no momento atual. "É nesse momento que vivemos, de angústia e de pandemônio social, que precisamos encontrar respostas e soluções para o problema da droga". Marcos Luiz lembrou que, só no centro da cidade, 880 crianças já estão catalogadas como dependentes do crack.

A especialista Mina Seinfeld de Carakushansky, presidente da associação Brasileiros Humanitários em Ação e ex-secretária municipal de Prevenção à Dependência Química, dispôs-se a trabalhar com a Comissão e enfatizou a importância de uma atuação integrada entre o poder público e a sociedade, citando o exemplo da Suécia: "Aquele país, que tem uma população de 9 milhões de pessoas, semelhante à do Rio, viveu uma epidemia de drogas nos anos 60 e hoje tem a menor taxa de consumo de toda a Europa, porque o problema foi tratado de maneira englobada, com seriedade, na prevenção, no tratamento e na repressão", disse.

O produtor João Estrella, traficante nos anos 80 que deixou o mundo das drogas, dedicando-se à produção de shows e a palestras sobre o tema, disse que quer colaborar. "Tenho visto de perto a entrada do crack nas cidades e até no campo, e comparo essa epidemia à da heroína na Europa. Chamo a atenção para a questão do álcool, também. A cachaça, pelo valor, barato, e pelo mesmo efeito devastador, também é causa de doença, violência e acidentes. Em outra faixa econômica e social, o uísque e outras drogas lícitas são devastadores como a cocaína. A sociedade não pode ser hipócrita, precisa refletir e ter coerência, legislativa e executiva, para tratar do tema" - afirmou.

O grupo Bitetti Combat/MMA foi outro participante do lançamento e prometeu apoiar o trabalho da Comissão. Integraram a mesa, ainda, o superintendente da Polícia Federal no Rio, Angelo Gioya, o conselheiro e diretor da Caarj Ricardo Menezes e o membro honorário da Seccional Helio Saboya. Compareceram ao evento a secretária-adjunta da Caixa, Naide Marinho, conselheiros, representantes da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ e de diversas subseções, entidades da sociedade civil e estudantes.

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