13/09/2013 - 16:25 | última atualização em 13/09/2013 - 18:57

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Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ recebe medalha na Fiocruz

redação da Tribuna do Advogado

A Comissão de Direitos Humanos e Assistência Judiciária (CDHAJ) da OAB/RJ foi homenageada nesta quinta-feira, dia 12, com a medalha Jorge Careli por sua posição crítica em relação às incursões policiais em favelas e à ação policial nas manifestações políticas recentes. A comenda é entregue anualmente pelo Sindicato dos Trabalhadores da Fundação Oswaldo Cruz (Asfoc-SN) a pessoas e instituições que se destacam na luta contra a violência e na defesa dos direitos humanos. O evento aconteceu na sede do sindicato, em Manguinhos.
 
O Rio de Janeiro não pode conviver com essa pax romana, que era como se chamava a ação das legiões da Roma antiga que impunham a ordem sobre tudo e sobre todos
Marcelo Chalreo
presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ
"Essa medalha não é da Comissão de Direitos Humanos. Ela é uma distinção a todos os advogados que, cotidianamente, nos mais distantes rincões deste estado, militam pelos direitos humanos muitas vezes de maneira invisível. O Rio de Janeiro não pode conviver com essa pax romana, que era como se chamava a ação das legiões da Roma antiga que impunham a ordem sobre tudo e sobre todos. Essa paz não nos interessa, porque é a paz de repressão, do autoritarismo. Quero dizer à mãe do Jorge Careli, aqui presente, que enquanto existirem Carelis nós não desistiremos e continuaremos na luta", afirmou o presidente da CDHAJ, Marcelo Chalréo. Ele recebeu a medalha das mãos do diretor da Asfoc-SN, Alexandre Pessoa Dias, que anunciou que vai propor à Fiocruz e ao sindicato a adesão à campanha Desaparecidos da democracia, lançada pela OAB/RJ em agosto.
 
A medalha foi criada em memória do servidor da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Jorge Careli, desaparecido no dia 10 de agosto de 1993. Ele foi confundido com um sequestrador e levado por policiais da Divisão Anti-Sequestro (DAS) quando falava de um telefone público na Favela da Varginha, em Manguinhos. Careli nunca mais foi visto. A Justiça condenou o estado do Rio de Janeiro a pagar uma indenização à família de Careli e, depois de quase duas décadas do desaparecimento, declarou a morte presumida do servidor em 2012.
 
Também recebeu a medalha o presidente da Associação de Moradores, Pescadores e Amigos da Vila Autódromo (Ampava), Altair Guimarães, pela atuação contra a remoção dos moradores da localidade e em defesa do direito à moradia digna.
 
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