21/11/2011 - 17:56

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Cláudio Pereira propõe modelos eleitorais diferentes no país

redação da Tribuna do Advogado

No painel sobre reforma política, o conselheiro federal pelo Rio Cláudio Pereira de Souza Neto, que é também presidente da Comissão de Estudos Constitucionais da OAB Federal, trouxe um enfoque original ao debate, defendendo a realização de experiências com modelos eleitorais não necessariamente iguais em todo o território nacional.

Tendo como seu tema específico Reforma política, federação e experimentalismo constitucional, Cláudio partiu de um diagnóstico negativo do atual sistema eleitoral: "Ele é caro e propicia a influência do poder econômico. O financiamento privado transfere as desigualdades existentes na sociedade para o campo da política", afirmou.

Ele constatou a existência de consenso no país sobre a necessidade de uma reforma política, mas apontou uma dificuldade para que ela seja realizada: a falta de consenso a respeito de seu conteúdo. E perguntou, trazendo à tona uma dificuldade adicional: "Quem fará a reforma? Os mesmos parlamentares eleitos no atual sistema? Ora, em tese, eles não teriam interesse em mudar as regras do jogo", disse.

Cláudio apontou, ainda, uma preocupação entre os parlamentares e também presente no Judiciário, que considerou justificável, com a possibilidade de que eventuais mudanças  trouxessem resultados inesperados - e indesejados.

A partir daí, apresentou, então, sua proposta: trabalhar com experimentações institucionais. E foi mais longe sugerindo a possibilidade de adoção pelos estados de sistemas eleitorais diferentes, mas dentro de um leque de opções aprovadas no plano federal.

A Constituição delega competência exclusiva à União para legislar sobre matéria eleitoral, mas, segundo Cláudio, a adoção desse modelo não exigiria uma reforma constitucional. "Uma lei federal complementar fixaria quatro modelos - todos dentro do sistema proporcional, justamente para não ferir a Constituição - pelos quais os estados poderiam optar.
As vantagens seriam que cada estado poderia escolher um modelo que se adequasse à sua realidade específica e,além disso, uma vez experimentado um determinado modelo, se ele não desse certo, poderia ser modificado".
Por fim, Cláudio fez coro com outros palestrantes na crítica à “inércia” do Congresso Nacional em relação à reforma política.

Mediado por Francisco Queiroz Caputo Neto, presidente da OAB/DF, o painel contou ainda com a participação de Ricardo Lewandowski, ministro do STF e presidente do TSE, que teve como tema Reflexões acerca da reforma política; Arnaldo Versiani, ministro do TSE, falando sobre Financiamento e gastos de campanha: fontes e limites; Carlos Eduardo Caputo Bastos, ex-ministro do TSE, que tratou de Cláusula de barreira e coligação proporcional; e Reginaldo Oscar de Barros, ex-presidente nacional da OAB, que abordou o tema Listas eleitorais: ilusões e riscos.
 
A Conferência Nacional, que tem programação até quinta-feira, dia 24, está sendo realizada em Curitiba, no Paraná e tem como temas Liberdade, Democracia e Meio ambiente.
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