14/04/2014 - 10:23 | última atualização em 14/04/2014 - 10:31

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Cesárea forçada por decisão judicial gera protestos em Londres e Madri

jornal O Globo

A opinião dos brasileiros ficou dividida na semana passada diante da polêmica decisão judicial que obrigou a gaúcha Adelir Lemos de Goes a se submeter a uma cesariana, no último dia 1º de abril. Mas o caso também está despertando reações em outras partes do mundo. Com o apoio de uma página internacional que reúne defensores de Adelir e do parto normal, manifestantes entregaram uma petição nas embaixadas brasileiras de Londres e Madri. Cada entrega foi acompanhada protestos nos locais.
 
Ainda foi criado o blog We are all Adelir ("Somos todas Adelir"), no qual as pessoas são estimuladas a criar outros eventos de protesto em suas cidades.
 
O caso também inspirou um artigo do jornal britânico The Guardian, publicado ontem, em que a doula Rebecca Schiller condena a atitude da Justiça brasileira, que concedeu a liminar que obrigou Adelir a fazer uma cesárea - mãe e filha corriam risco, segundo os médicos do hospital Nossa Senhora dos Navegantes, na cidade de Torres, no Rio Grande do Sul.
 
"Como codiretora da instituição pelos direitos humanos no parto Birthrights, eu vejo que muito frequentemente os direitos das mulheres são colocados em um estado assustador de suspensão quando o assunto gravidez entra em cena" diz a treinadora de parto britânica. "Leis de direitos humanos e marcos legais são muito claros ao dizerem que a mulher grávida tem o direito de controlar seu próprio corpo. Mesmo assim, o sistema de parto já há tempo demais tende para suposições patriarcais de que as mulheres travam uma competição perigosa contra seus fetos e que a classe médica sempre sabe o que é melhor".
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