10/06/2016 - 15:26 | última atualização em 10/06/2016 - 16:40

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Casal consegue autorização para registrar filha com nome africano

redação da Tribuna do Advogado

Makeda com os pais, na OAB/RJ  |  Foto: Lula Aparício   |   Clique para ampliar
Uma decisão histórica do Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ) na quinta-feira, dia 9, autorizou que os pais da pequena Makeda Foluki pudessem registrar a filha com o nome que escolheram para ela. Makeda Foluki significa grandiosa colocada aos cuidados de Deus e é um nome de origem africana.

O pedido de registro havia sido negado há dois meses pelo oficial de registros de São João de Meriti, na Baixada Fluminense. Na justificativa do oficial ele defendia que o nome poderia expor a criança ao ridículo e destoava da brasilidade.

Segundo a mãe de Makeda, Jéssica Juliana, a escolha do nome levou em consideração a sonoridade, para que não fosse estranha aos ouvidos brasileiros e, ainda assim, tivesse sentido para os pais. “Makeda foi uma rainha etíope, uma mulher negra forte, e esse significado que queríamos para nossa filha”. Eles se recusaram a registrar Makeda com outro nome. Makeda deve ser registrada na próxima semana, quando completará três meses de vida.

A advogada Sandra Machado é membro da Comissão de Igualdade Racial da OAB/RJ e acompanhou o processo. Ela comemorou a conquista, mas criticou o fato de ter sido necessária uma ação judicial nesse caso. “Temos que brigar pelo nome que os pais escolheram para sua filha? O vínculo familiar não é importante? ”, questionou. 
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