A Corregedoria do Tribunal de Justiça (TJ) investigará a atuação do cartório que emitiu uma procuração usada pelo filho de um servidor morto da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) para sacar irregularmente aposentadorias do pai. O processo administrativojá foi instaurado. O caso é um dos seis do mesmo tipo encontrados pela Casa. A procuração foi apresentada à Alerj por David Abreu Moura, de 56 anos, para sacar a aposentadoria, de R$ 9.650,68, do pai, Alberto Ferreira Moura. Se fosse vivo, Alberto estaria com 92 anos. Ele morreu em 2007. O filho sacou, indevidamente, R$ 605 mil. Mas, quando, por desconfiança, o benefício foi suspenso, David enviou a procuração, por telegrama. No documento, feito pelo Ofício de Notas e Registro de Contratos Maritimos, o escrevente atesta que esteve com Alberto e que este assinou com o polegar direito. Segundo o substituto do tabelião, Fábio Machado, o escrevente não trabalha mais no cartório. Fábio diz que, com base nas informações de um dossiê do cartório, uma outra pessoa se passou por Alberto. E mais: a família teria apresentado, inclusive, a declaração de um médico, registrada em outro cartório, atestando que o servidor estava vivo que seu estado de saúde era acompanhado pelo especialista desde 2005. Não há um sistema para os cartórios consultarem os óbitos diz Fábio. A Polícia Civil informou que o delegado Angelo Ribeiro, da Delegacia Fazendária, instaurou inquérito para apurar as fraudes. A delegacia vai investigar também uma sétima fraude, que envolve o gabinete do deputado Chiquinho da Mangueira (PMDB). Um funcionário nomeado no seu gabinete teve os salários sacados da conta mesmo depois da sua morte por sete meses seguidos.