05/01/2012 - 10:04

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Bueiros explodem em frente ao Fórum

redação da Tribuna do Advogado

A explosão de três bueiros da Light, no Centro do Rio, voltou ontem a assustar os cariocas. O calor chegou a queimar a roupa e o braço de uma mulher, que passava pela calçada da Rua Erasmo Braga, em frente ao Tribunal de Justiça (TJ). Ela foi socorrida pela equipe da brigada de incêndio do Fórum. Um Fiat Uno, que estava estacionado sobre um dos bueiros, foi danificado.

De acordo com o sargento Marcelo Lima, da brigada de Incêndio do TJ, Daniele Souza sofreu ferimentos leves:

"A blusa dela era de um tecido sintético e encolheu com o calor. O braço de Daniele sofreu escoriações leves. Ela estava muito assustada. Daniele disse que foi tudo muito rápido. Só não conseguimos achar os seus óculos", contou o sargento momentos após a vítima deixar o local.

O incidente ocorreu em caixas por onde passam apenas cabos de energia, segundo informou a Light. No entanto, um forte cheiro de gás era sentido no local momentos após a explosão. A presença de gás foi confirmada por medições realizadas pela Light, que acionou a perícia da Polícia Civil.

Observados por funcionários das empresas próximas do local, técnicos da Light retiraram tampas de outros bueiros da via, para que o gás se dissipasse, reduzindo o risco de novas explosões. A CEG, no entanto, informou ter realizado medições nas três caixas de energia elétrica, na presença de técnicos da Agência Reguladora de Energia e Saneamento do estado (Agenersa), sem detectar gás natural em nenhuma delas.

Como o Judiciário está em recesso, não havia muitas pessoas circulando pelo local. Essa foi a sorte, na opinião de João Inácio Caldeira, funcionário da lanchonete Xodó do Passo:

"Se o Fórum estivesse com o movimento normal, mais gente poderia estar ferida agora. O barulho foi muito forte, quase fiquei surdo. Depois começou a sair fumaça", contou.

A advogada Mariana Lima, que passou pelo local momentos após o acidente, lamentou um novo caso de explosão de bueiros na cidade: "Há algum tempo não ouvíamos falar de bueiros explosivos. Agora, teremos que voltar a andar pelo Centro e por outros bairros olhando para o chão e desviando das tampas".

Não é de hoje que o Rio convive com uma rotina de explosões de bueiros. A última delas, no entanto, havia ocorrido em julho passado, na esquina da Rua Sete de Setembro com a Praça Tiradentes. Desde então, alguns bueiros soltaram fumaça, mas sem que tampas fossem arremessadas. Em agosto, a empresa Concremat foi contratada em caráter emergencial, por seis meses, para monitorar o risco de explosão em bueiros da cidade. O serviço custou aos cofres municipais R$4,2 milhões.

A CEG chegou a ser multada em R$2,5 milhões pela Agenersa, em dezembro. O presidente da concessionária, Bruno Armbrust, contestou duramente a decisão e disse que iria recorrer administrativamente.

Na mesma época, compositores de marchinhas de carnaval fizeram o tema dos bueiros explosivos literalmente "bombar", num concurso promovido pela Fundição Progresso.
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