11/07/2011 - 16:06

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Beltrame afirma que o Caso Juan é vergonhoso

Beltrame afirma que o Caso Juan é vergonhoso


Do jornal O Globo

11/07/2011 - O secretário de Segurança do Estado, José Mariano Beltrame, disse, na manhã de ontem, que o caso do menino Juan - morto no mês passado durante uma operação policial na comunidade Danon, em Nova Iguaçu - o envergonha e que, de agora em diante, sua secretaria terá de agir de maneira "exemplar e muito transparente" para punir os responsáveis. Delegados parecem estar cumprindo à risca a portaria assinada pela chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, que determinou mudanças no registro de autos de resistência (casos em que há mortes durante confrontos com a polícia). Entre a noite de sábado e a madrugada de domingo, pelo menos dois locais onde ocorreram tiroteios entre policiais militares e suspeitos ficaram isolados para a realização da perícia. As armas usadas por PMs foram recolhidas.

"É triste, e, para mim, particularmente, é até vergonhoso. As polícias Civil e Militar estão fazendo um trabalho inimaginável", disse Beltrame em referência às Unidades de Polícia Pacificadoras (UPP), para completar em seguida."A mesma instituição policial que faz isso (morte do menino Juan), se for verdade, é a que atua na pacificação. A gente fica triste por existir esses dois lados".

Outra resposta para o caso, segundo o secretário, será dada essa semana por parte da Polícia Militar, no âmbito de sua Corregedoria. As declarações de Beltrame foram dadas em evento preparatório para os Jogos Mundiais Militares, realizado na Praia de Copacabana. O secretário acompanhou a final da Taça Rio - Cidade da Paz, que reuniu equipes de futebol de areia de favelas com UPP. O torneio, realizado na mesma arena onde ocorrerão competições dos Jogos Mundiais Militares, foi vencido pela equipe sub-17 dos morros Babilônia e Chapéu Mangueira.

Dados do GPS da viatura usada pelos PMs suspeitos de matar Juan apontaram que o carro saiu da região onde houve o tiroteio, seguiu para uma rua atrás do 20º BPM (Mesquita), onde os PMs prestavam serviço, voltou à comunidade Danon e depois retornou ao batalhão. O trajeto apontado pelo sistema de localização via satélite foi divulgado pela edição de sábado do Jornal Nacional.

Os erros durante a investigação do desaparecimento do menino Juan serviram pelo menos para que a Polícia Civil reavaliasse a apuração dos autos de resistência. Desde sexta-feira, a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, determinou que os delegados, antes de lavrarem o auto de resistência, façam perícias e tomem depoimentos para terem certeza de que não se trata de uma execução. Outra novidade é que os policiais envolvidos diretamente no confronto, logo que apresentarem a ocorrência à delegacia, terão sua armas apreendidas para exames de balística.

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