Formado em Direito desde a década de 1970, Alceu Valença, renomado cantor e compositor brasileiro, nunca havia dado entrada na sua carteira de advogado. "No final da faculdade, a música já tinha tomado conta da minha vida", conta. Mesmo um pouco atrasada, a vontade de ter a carteira vermelha chegou: Alceu fez o pedido no dia 24 de março, na sede da OAB/RJ. Como na época em que se formou a realização do Exame de Ordem ainda não era obrigatória - o Exame só passou a vigorar como norma em 1994 -, ele teve, apenas, que comprovar a conclusão do curso e as horas de estágio cumpridas. Atualmente, Alceu mora no Rio de Janeiro e por isso a escolha da seccional fluminense. "Mas é interessante a coincidência de ter Felipe Santa Cruz presidindo a Ordem deste estado no momento em que me interessa fazer parte da advocacia. Felipe é filho de Fernando e sobrinho de Marcelo, amigos de Pernambuco", destaca. Questionado sobre o que o motivou a ingressar na classe, ele é categórico: "Pensei que seria legal ter a carteira e depois me questionei, por que não?". Esposa de Alceu e, agora, colega de profissão, Yanê Montenegro complementa: "No momento em que o Brasil está precisando tanto ter sua democracia assegurada, ter mais um advogado é bom". "Me formei na Universidade Federal de Pernambuco. Frequentei a mesma faculdade de Tobias Barreto, Castro Alves e de meu pai, Décio de Souza Valença. Na faculdade de Direito também conheci Sobral Pinto. Fiquei emocionado ao ver que ele dá nome ao prédio da OAB/RJ", pontua o cantor. Mesmo com a vontade de ter o documento de advogado, Alceu não sabe se irá militar na profissão. Mas não descarta a hipótese de ser visto pelos corredores dos fóruns do estado. "Pode até ser que eu faça parte de uma banca de advocacia, seria bom relembrar meu tempo de estágios na Avenida Guararapes, em Recife", assinala. Tomara!