14/09/2011 - 16:28

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Aumenta pressão pela Comissão da Verdade

jornaj O Globo

Ministros dos Direitos Humanos dos governos de Fernando Henrique Cardozo (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) uniram-se ontem para pressionar o Congresso Nacional a aprovar a instalação da Comissão da Verdade. Acompanhados da atual ministra da área, Maria do Rosário, cinco ex-titulares da pasta circularam pela Câmara e Senado e divulgaram uma carta aos parlamentares em apoio à comissão. A intenção é incluir o projeto na pauta da próxima quarta-feira, dia 21.

O porta-voz do grupo foi José Gregori, ex-ministro da Justiça e dos Direitos Humanos no governo tucano:

"Deixamos de lado diferenças ideológicas em prol de uma causa de todos: esclarecer esse passado triste para que não se repita no futuro. Isso é algo comum e nos une".

Com a Comissão da Verdade, o governo quer esclarecer casos de violações de direitos humanos na ditadura, de torturas, mortes, desaparecimentos, ocultação de cadáver e sua autoria. E também identificar e divulgar as estruturas, os locais e as instituições onde ocorreram esses fatos. Não haverá punição para os envolvidos.

Além de Rosário e Gregori, a carta foi assinada por três ministros do período de Lula - Nilmário Miranda, Mário Mamede e Paulo Vannuchi - e outros dois do de FH, Paulo Sérgio Pinheiro e Gilberto Saboia. "O direito à memória e à verdade é uma conquista que podemos legar ao nosso povo. As memórias ainda vivas não podem ser esquecidas", diz a carta.

O ministro da Defesa, Celso Amorim, participou do encontro, mas evitou dar entrevista. A ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, afirmou que foi fechado o acordo e que a intenção é votar na Câmara, na próxima semana. O presidente da Casa, Marco Mais (PT-RS), recebeu Maria do Rosário e os ex-ministros. No Salão Verde, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) interpelou o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT-SP):

"Qual é a punição para quem não colaborar? Por favor, Vaccarezza! É justo com os militares? Que isenção terá a Comissão da Verdade, com sete pessoas indicadas pela presidente?", disse Bolsonaro.
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