22/08/2011 - 14:04

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Assistência médica a magistrados em dia no TJ-RJ

Jornal do Commercio

Cuidar da saúde dos magistrados e de seus familiares é a principal função da Mútua dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro, entidade sem fins lucrativos que oferece assistência médica e hospitalar para seus associados. A organização, que existe há 30 anos, também desenvolve ações e pesquisas científicas e tecnológicas com o objetivo de promover a saúde e prevenir doenças.

Foi de um dos congressos realizados pela associação, para discutir as saúdes pública e privada, que surgiu a ideia, levada para todo o País, de montar uma câmara de análises dos remédios. O projeto consistiu na montagem de um grupo, formado por médicos, enfermeiros e laboratoristas, para examinar as petições iniciais que chegavam ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJ-RJ). O objetivo era verificar se o remédio citado na petição era o indicado e se o tratamento era o adequado ao caso, tudo para dar um suporte ao juiz na hora de decidir a questão. A motivação para o projeto foi o alto número de ações relacionadas a tratamentos de saúde, contra o poder público, que chegavam ao tribunal.

"O objetivo do projeto era que a conclusão deste trabalho fosse encaminhada imediatamente para o estado e o município, para que eles providenciassem esse medicamento ou fornecessem a assistência necessária. O governador aceitou e colaborou com a nossa ideia", afirmou o presidente da Mútua, o desembargador Henrique Carlos de Andrade Figueira, que também é membro da 17ª Câmara Cível do TJ-RJ. Segundo ele, o tema do próximo congresso da entidade será Ação civil pública nos contratos de saúde.

Outra ação que surgiu de debates do grupo foi o acompanhamento de pessoas com diagnóstico de diabetes, que, segundo Figueira, também se expandiu para todo o município do Rio.

"O município tem um trabalho muito forte no tratamento das pessoas que sofrem de diabetes e esse trabalho teve origem em um evento da Mútua. Agora, a meta é levar o programa também para a medicina privada. Estamos propondo estender isso para os planos de saúde", explicou o desembargador.

Outra preocupação da Mútua, um plano fechado com mais de 5 mil associados - além dos magistrados, só fazem parte da Mútua seus parentes mais próximos, como filhos, enteados, companheiros e os pais -, é o sedentarismo. Obrigados a passarem muito tempo sentados na mesa de trabalho, analisando processos, muitos magistrados têm problemas relacionados com a coluna e o excesso de peso. "Muitas de nossas campanhas são de prevenção contra esses distúrbios. Com a adoção do Programa de Afecção da Coluna, sob a coordenação do neurocirurgião Celestino Pereira, os casos cirúrgicos foram reduzidos em 50%", diz Henrique Figueira. Segundo ele, a diminuição decorreu do sucesso alcançado pela adoção de medidas terapêuticas, que devem ser aplicadas antes de um diagnóstico de cirurgia, que só deve ser feita em último caso.

"Temos uma academia de ginástica no Fórum do TJ-RJ para os associados. Com foco na prevenção de doenças, a entidade manda uma carta na data do aniversário de todos os magistrados associados, convidando-os para fazer um check up na academia do tribunal", conta o presidente da Mútua. "Além disso, todo mês levamos os magistrados para um spa em Vargem Grande, na sede campestre da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), para que eles façam uma reciclagem, não só com o objetivo de perder peso, mas também para aderir a uma reeducação alimentar, além de trabalhar com a parte mental também, para relaxar", completa Figueira.

Segundo ele, um projeto de tratamento de câncer de pele da Mútua descobriu alguns casos entre os associados, que puderam ser tratados ainda no início. O desembargador também cita o sucesso de uma campanha de vacinação contra a pneumonia, há cinco anos. "Depois disso, não foi registrado mais nenhum caso de magistrado com a doença. Vamos continuar firmes no desenvolvimento desses programas, que são o carro-chefe das nossas ações, pois geram a redução do número de internações", afirmou.

O Projeto Saúde do Homem, por exemplo, iniciado em 2008, registrou a participação de 284 associados (57 em 2008, 95 em 2009, 116 em 2010 e 16 em 2011), com 137 casos de patologias diagnosticadas. A campanha, realizada no Centro de Diagnose e Tratamento (CDT), na academia do Fórum, registrou uma queda (928 em 2008 e 136 em 2010) no número de associados na faixa etária acima de 40 anos que deixaram de se submeter ao exame de PSA (Antígeno Prostático Específico) destinado ao diagnóstico precoce do câncer de próstata.
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