06/02/2012 - 12:02

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Assaltantes atacaram mais barcos em Paraty

O Globo

O assalto a uma embarcação na Baía de Paraty, ocorrido na madrugada do dia 21 de janeiro, pode não ter sido um caso isolado. A mesma violência empregada no roubo à lancha ancorada na Ilha do Cedro, naquele sábado, levou outros donos de barcos vítimas de bandidos a não registrarem a ocorrência na delegacia nem notificarem a Marinha. Há relatos não oficiais de roubos a veleiros que ficaram pernoitados no Saco da Cotia e no Saco de Mamanguá.

Pelo menos duas embarcações foram assaltadas quando estavam ancoradas no Saco do Mamanguá, durante o réveillon. A ação dos bandidos foi semelhante à empregada no roubo da Ilha do Cedro. Um grupo se aproximou dos veleiros em um bote e, com agressões e ameaças, aterrorizou os passageiros. O terror tinha como objetivo evitar a comunicação da ocorrência à polícia.

O Conselho para o Desenvolvimento Sustentável da Baía da Ilha Grande (Consig) - uma entidade patronal formada por empresários e ONGs - pediu ontem ao secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, que determine maior rigor nas investigações para esclarecer o assalto ao iate do médico de Ubatuba que estava ancorado perto da Ilha do Cedro. Esse é o único caso que foi registrado na polícia e, por isso, o pedido se refere apenas a ele.

A comunicação na delegacia foi feita pelo filho do médico, na tarde do dia 21, porque os assaltantes, entre outros pertences, levaram um revólver registrado da vítima. O médico não foi à delegacia nem permitiu que os quatro marinheiros prestassem depoimento. O caso só começou a ser investigado efetivamente na quinta-feira.

"Trata-se de um caso grave que precisa ser esclarecido para que não volte a acontecer. É preciso que a investigação vá a fundo porque os requintes do assalto, com muita violência, são assustadores", cobrou o secretário-executivo do Consig, Valdir Siqueira.

Médico ainda não respondeu a e-mail enviado pela polícia

Agentes da 167ª DP (Paraty) entraram em contato com o médico paulista dono do iate, por e-mail, mas até ontem ele não havia respondido à polícia.

Ancorado nas proximidades da Ilha do Cedro, um iate de 60 pés foi atacado por cinco bandidos, que usavam luvas e capuzes, na madrugada do dia 21. O grupo se aproximou do barco silenciosamente, num bote, e rendeu o médico paulista, seus parentes e a tripulação. Durante mais de duas horas, as vítimas, que pedem para não ter a identidade revelada, foram agredidas e passaram por afogamentos.

Horas antes da ação dos bandidos, uma equipe da Capitania dos Portos realizou uma fiscalização fora dos padrões, segundo blogs de náutica locais. O delegado titular da 167ª DP, Hermano Augusto Rocha, solicitou ao órgão da Marinha a relação de todos os barcos que atracaram e circularam em Paraty, próximo à Ilha do Cedro. Há suspeitas de que os bandidos tenham saído da Praia de São Gonçalinho.

A polícia investiga também a possibilidade de os assaltantes conhecerem as vítimas, já que permaneceram encapuzados durante toda a ação. Integrantes do serviço reservado (P2) do 33º BPM (Angra) também estão monitorando a movimentação na região para identificar os criminosos. Além da Praia de São Gonçalinho, estão sendo vasculhadas as praias de Tarituba e São Gonçalo.

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