25/08/2009 - 16:06

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Artigo Wadih Damous: O fim da diferenciação

O fim da diferenciação


*Wadih Damous

Aos olhos de parte da opinião pública, refletida na imprensa, advogados que reclamavam da revista imposta nos acessos do Tribunal de Justiça sempre estiveram, na verdade, defendendo privilégios descabidos, e não direitos devidos.

O argumento para esse entendimento era de que, se as milhares de pessoas que transitam diariamente no Fórum precisam passar pela revista, por que não os advogados? Não foram poucas as vezes em que fomos criticados e mal compreendidos nos últimos anos.

Nunca pleiteamos tratamento diferenciado, muito menos o relaxamento dos cuidados coma segurança. Pelo contrário, reivindicávamos condições de igualdade com serventuários, promotores, procuradores, defensores públicos e juízes que, como os advogados, têm no Fórum seu local de trabalho.

Se esses profissionais não eram obrigados à revista, precisando apenas de sua carteira funcional para ingressar nas dependências do Judiciário, qual o motivo, minimamente razoável, para aceitarmos a discriminação? Por que o advogado, só ele, deveria estar sob suspeição perante a opinião pública? Será que o risco de alguém levar uma arma na pasta deveria ser desconsiderado para todos,menos para advogados? Isso jamais fez sentido.

Nos aeroportos, quem embarca passa pelos aparatos de segurança e ninguém reclama porque a obrigatoriedade é para todos.

Finalmente, depois de muita luta, enfrentando resistências, a OAB/RJ encontrou, no presidente do Tribunal, Luiz Zveiter, compreensão e prevalência do bom senso para resolvera questão. Conquistamos o direito de não sermos marginalizados e recebemos o respeito devido à advocacia.


*Wadih Damous é presidente da Ordem dos Advogados seção Rio de Janeiro.

Artigo publicado no jornal O Dia, 25 de agosto de 2009

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