País seguro e participativo Tarso Genro* Estamos perto de um dos momentos mais importantes na História da segurança pública no País: em agosto, 2.097 representantes da sociedade civil e do poder público virão a Brasília para a 1ª Conferência Nacional de Segurança Pública (Conseg).Vamos consolidar princípios e diretrizes para uma nova política nacional no setor - e o Rio contribui para esse novo modelo. A partir de hoje, a capital fluminense elegerá 45 representantes da sociedade civil e 44 trabalhadores do setor para o Conseg. Eles terão direito a voz e voto e poderão defender as causas do Rio. O engajamento é um sucesso: prova disso foram as conferências livres, na capital e na Baixada, que reuniram mais de 1.000 pessoas. Outra conquista é o diálogo entre forças policiais, gestores e sociedade civil. Esses grupos buscam, em conjunto, soluções inovadoras, como a proposta do Pronasci: o papel do cidadão precisa ser potencializado, sobretudo em relação à natureza preventiva. É necessário combater o crime, mas, sobretudo, criar políticas para cortar as raízes alimentadoras e constitutivas do delito.Se as políticas de segurança pública ignorarem as ações sociais, o país pode mergulhar numa barbárie crescente, pois as cidades serão tomadas por quem deseja substituir o Estado pelo crime organizado. Esta é a hora de o Brasil mudar o conceito arcaico de segurança pública. E o Rio não se furtará a esse compromisso. Não basta promover a integração entre órgãos policiais; é preciso ouvir e dar voz a todos e formular política na qual o Estado seja respeitado, para que a garantia dos direitos individuais e coletivos não se transformem letra morta na Constituição. *Tarso Genro é Ministro da Justiça. Artigo publicado no jornal O Dia, em 15 de julho de 2009.