05/08/2008 - 16:06

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Artigo: 'Obama, o fenômeno' - José Carlos Tórtima

Obama, o fenômeno

 

 

José Carlos Tórtima*

 

Nunca o destino de uma grande nação dependeu tanto de um líder como ocorre hoje nos Estados Unidos. Oito anos depois da controversa vitória de George Bush sobre Al Gore, maculada por suspeitas de fraude, o povo americano, empobrecido, endividado e inseguro como nunca, quer despertar do pesadelo.

 

Com a sua economia em forte recessão, desemprego crescente e uma guerra que vem custando centenas de bilhões de dólares aos contribuintes e elevado preço em vidas humanas, os americanos parecem, finalmente, convencidos de que só uma radical mudança de rumo na política poderá desviar o país do desastre.

 

Pois é nesse cenário de incerteza que eles vêem surgir um fenômeno inédito e inteiramente fora dos padrões da política americana. Ele é negro, muito jovem, tem nome muçulmano e aspira ocupar a Casa Branca. Em tempos normais, algo impensável para o eleitorado americano, tradicionalmente preconceituoso e conservador. Só que, como vimos, a América não vive tempos normais.

 

Barak Obama acena com uma nova era de paz, justiça e prosperidade. Propõe acabar com a guerra, aplicando os recursos nela desperdiçados em programas sociais e de incentivo à economia. Mas tal como os ídolos do futebol, Obama, o fenômeno, não pode se dar ao luxo de falhar, pois, chegando à Presidência, seus eventuais erros serão enxergados com lentes de aumento por adversários e, sobretudo, seguidores que nele depositam todas suas esperanças. Se fracassar, os Estados Unidos, por muitas décadas, jamais elegerão outro candidato da mudança. Mas se vencer o desafio, aí, literalmente, a história será outra.

 

 

José Carlos Tórtima é presidente da Comissão de Segurança Pública da OAB/RJ

 

Artigo publicado no jornal O Dia, 5 de agosto de 2008

 

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