02/08/2013 - 10:15 | última atualização em 02/08/2013 - 10:17

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Aprovados em concursos denunciam irregularidades na convocação

site G1

No ano passado a Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi) realizou um concurso público para a contratação de quase 900 profissionais em diversas áreas, mas até hoje muitos aprovados não foram chamados e denunciam que a Sesapi não está cumprindo com a ordem de classificação na hora de convocá-los.
 
Duas candidatas que foram aprovas e preferem não se identificarem dizem que realizaram o concurso, só que mais de um ano após a divulgação do resultado elas ainda não foram convocadas.
 
"Depois de um ano de espera, eu aqui desempregada necessitando de emprego e sabendo que eu tenho essa vaga conquistada com muito suor, muito esforço, durante esse tempo que eu me preparei para o curso e não fui contemplada ainda. Sabendo de pessoas que estão sendo desviadas de função, que estão ocupando essas vagas, sabendo de muitas irregularidades, deixa a gente bastante pra baixo", denunciou.
 
Outra denúncia é de que a ordem de classificação foi descumprida em algumas nomeações feitas pelo governo do estado. De acordo com um documento obtido pela equipe de reportagem da TV Clube, o primeiro, segundo e terceiro colocados que concorriam para a cidade de Paranaíba ficaram fora das nomeações, a secretaria de saúde nomeou apenas do quarto ou oitavo.
 
"O próprio edital coloca que é por ordem de classificação. Se eu passasse em terceiro não precisava do primeiro", afirma a mulher.
 
O concurso realizado em 2012 ofereceu 889 vagas para vários cargos na área de saúde do estado. "A sequência de classificação não pode ser de forma alguma alterada a não ser que ocorra uma decisão judicial. Não existe a mínima possibilidade disso acontecer", argumentou Pedro Leopoldino, supervisor da Sesapi.
 
Segundo o Sindicato dos Servidores da Saúde do estado, em janeiro e fevereiro aconteceram reuniões no Ministério Público para tratar da demissão dos prestadores de serviços da Sesapi e teria ficado decidido que os diretores dos hospitais iriam fazer uma lista com o nome das pessoas com menos de 5 anos na secretaria e que eles seriam demitidos para que os aprovados fossem chamados, só que até hoje isso não aconteceu.
 
"Em Teresina, por exemplo, recebemos a denuncia do hospital Natan Portela de que o pessoal da enfermagem não está suportando a carga horária de trabalho pesada porque o número de pessoas é bem reduzido. São 2 funcionários para tomar de conta de 29 pacientes. Enquanto isso, concursados esperando e diretores colocando pessoas sem concurso", relatou Bartolomeu Gaspar, diretor do sindicato.
 
A comissão de concurso público da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) lamenta que esse tipo de prática ainda se mantenha no Piauí. "Infelizmente é uma prática recorrente, então nós recebemos várias denuncias relatando a mesma situação", contou Beto Igo Cabalero, membro da comissão.
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