22/02/2017 - 09:23 | última atualização em 22/02/2017 - 09:24

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Apesar de apelo de Pezão, Forças Armadas deixam hoje ruas do Rio

jornal O Globo

Apesar do apelo do governador Luiz Fernando Pezão, que pediu ontem a prorrogação da presença das Forças Armadas no Rio até o fim do carnaval, o governo federal decidiu não estender a permanência dos militares no estado. O ministro da Defesa, Raul Jungmann, determinou que as tropas fiquem apenas até hoje na Região Metropolitana, como estava previsto no decreto da semana passada que autorizou o emprego das tropas federais nas atividades de segurança pública.
 
A principal razão para a prorrogação não ter sido autorizada foi o fato, segundo o governo federal, de o Rio não atender ao critério fundamental para receber os militares nas ruas, que seria a falência das forças de segurança locais. Jungmann também alegou que o emprego dos militares envolve altos custos. A União gastou cerca de R$ 26 milhões com alimentação e gasolina só na última semana.
 
Segundo Jungmann, a presença dos homens das Forças Armadas durante o carnaval seria apenas uma medida para aumentar a segurança numa época em que a cidade recebe elevado número de turistas. O Rio, porém, enfrenta atualmente uma greve parcial de policiais civis que, em assembleia geral realizada na última segunda-feira, decidiram pela manutenção do movimento. Só há atendimento em casos de homicídios, sequestras, estupros e roubos de veículos, segundo nota divulgada por entidades sindicais.
 
A Secretaria estadual da Casa Civil não quis comentar a decisão do governo federal de não prorrogar o prazo de permanência das Forças Armadas, deixando a resposta a cargo da Polícia Militar. O porta-voz da corporação, major Ivan Blaz, informou que a PM seguirá com o planejamento do policiamento no estado, inclusive no período do carnaval. Ele disse que o número de agentes que irão para as ruas durante a folia ainda está sendo decidido.
 
O pedido de Pezão para que as Forças Armadas atuassem no Rio levou o Ministério Público Militar a enviar um ofício ao presidente Michel Temer, no último dia 17, alertando sobre a "banalização do instituto" da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), que autoriza o emprego excepcional dos militares na segurança pública.
 
Prorrogado no Espírito Santo
 
No documento, o procurador geral de Justiça Militar, Jaime de Cassio Miranda, sugeriu estudo "quanto à possibilidade de encerramento imediato da missão" ou "ao menos a não extensão da operação" Segundo ele, o cenário no Rio destoa do pressuposto básico para o emprego das Forças Armadas, que é o "colapso ou falência dos órgãos de segurança pública" O governo federal prorrogou, a partir de amanhã, por mais 13 dias a presença de militares no Espírito Santo, que enfrentou onda de violência após paralisação da PM.
 
No Rio, nove mil fuzileiros navais e soldados do Exército patrulharam o estado, em pontos como a orla carioca, a transolímpica, e a Avenida Brasil, além de Niterói e São Gonçalo. No último dia 15, um confronto entre fuzileiros navais e bandidos terminou com a morte de um assaltante na Avenida Brasil.
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