26/11/2009 - 16:06

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Alerj cria CPI para investigar extorsão a políticos

Alerj cria CPI para investigar extorsão a políticos

 

 

Do jornal O Globo

 

26/11/2009 - Foi aprovada ontem, em discussão única, na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar um esquema de extorsão a prefeitos e candidatos nas eleições de 2006 e 2008 praticada pelo lobista Eduardo Raschkovsky. Está marcada para hoje a nomeação dos membros que vão compor a CPI. A Comissão será instalada amanhã. Raschkovsky deverá ser ouvido pelos deputados até sexta-feira da próxima semana.

 

Os parlamentares pretendem ainda quebrar os sigilos fiscal, bancário e telefônico do lobista.

 

Uma série de reportagens do GLOBO revelou que Raschkovsky utilizava suas relações no Judiciário fluminense para oferecer a políticos blindagem em processos eleitorais em troca de vantagens financeiras e, assim, evitar a suspensão de seus registros de candidatura. Na lista de amigos do lobista está o corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Rio, desembargador Roberto Wider, licenciado do cargo após as denúncias. Na época, Wider era presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ).

 

"O próximo passo agora é a instalação da CPI e a convocação imediata de Raschkovsky. O Wider também será ouvido", disse Paulo Ramos (PDT), que presidirá a CPI.

 

Também serão chamados para depor advogados que trabalham no escritório L.Montenegro Advogados Associados, administrado por Raschkovsky, e candidatos a prefeito e a deputado nos dois últimos pleitos.

 

Délio Leal foi o único contra a apuração das denúncias

 

Indicados para fazer parte da comissão, o deputado Gilberto Palmares (PT) defendeu as investigações: "A Casa tem o dever de apurar os fatos. O caso envolve o Tribunal Regional Eleitoral do Rio. Temos a obrigação de fazer uma investigação."

 

Alessandro Molon (PT) também discursou a favor da CPI, mas fez ressalvas: "As denúncias são graves. Não temos nenhuma dúvida."

 

No entanto, os deputados não podem aprovar apenas as CPIs que não envolvem o governo do estado.

 

Délio Leal (PMDB), por sua vez, foi o único parlamentar presente no plenário que mostrou insatisfação com a abertura da Comissão: "Não temos competência para investigar o TRE. A CPI vai pagar mico. As pessoas mais informadas vão ver que foi um equívoco e as menos vão ficar frustradas porque não vai dar em nada. O que tinha que ser feito era entregar as denúncias nas mãos do ProcuradorGeral da República."

 

Na relação de membros da comissão estão incluídos ainda Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), Paulo Melo (PMDB) e André Corrêa (PPS). Este último está cotado para ser o relator do caso.

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