Dez meses após o então presidente da OAB/RJ e atualmente conselheiro federal da entidade, Wadih Damous, lançar um movimento em favor das eleições diretas para a diretoria do Conselho Federal da OAB, a Seccional de São Paulo (OAB/SP) decidiu aderir ao movimento que começou no dia 14 de maio do ano passado no auditório da entidade dos advogados no Rio de Janeiro. Atualmente, o pleito para escolha da diretoria é formalizado pelo voto de um colégio eleitoral formado pelos 81 conselheiros federais. A advocacia paulista conta com mais de 320 mil inscritos, tornando-se, caso as eleições passem a ser feitas de forma direta, o maior colégio eleitoral do país. Ao todo, o Brasil tem 700 mil advogados. Diretas na OAB Segundo Marcos da Costa, o modelo do voto indireto se esgotou. "Precisamos de um modelo que atenda de forma mais adequada à representação da advocacia do Brasil. Vamos solicitar aos nossos Conselheiros Federais que ostentem essa bandeira junto ao Conselho Federal", comentou. Há dez meses atrás, Wadih Damou afirmava que a escolha pelo voto indireto é "antidemocrático, favorece lutas internas e faz com que os dirigentes do Conselho sejam representantes dos conselheiros, e não da advocacia". Wadih disse que "ao cidadão brasileiro, felizmente acostumado a votar diretamente em seus candidatos para vereador, prefeito, deputados estadual e federal, senador, governador e presidente da República desde 1989, pode parecer estranho que os 700 mil advogados do país não possam eleger livremente seus dirigentes de classe na instância máxima, o Conselho Federal da OAB. É muito estranho, mesmo". Acrescentou Wadih que "o que queremos é a busca da coerência na atuação institucional da Ordem. Não está em causa a competência da direção da entidade. Não se cogita questionar sua legitimidade, erros ou acertos. Apenas, tão somente, que 84% dos advogados ouvidos em pesquisa do Ibope afirmaram sua preferência pelas eleições diretas".