Clara Passi Dando sequência à linha de eventos que relacionam a reparação da escravidão a temas recentes, a Comissão Estadual da Verdade da Escravidão Negra no Brasil (Cevenb) da OAB/RJ promoveu, na noite de quarta-feira, dia 30, na sede da entidade, a exibição do curta documentário Mulheres urbanas (2018). Com depoimentos de personagens que passaram por adversidades comuns ao gênero feminino, o filme é dirigido por Gisele Soares e produzido por Soares em parceria com os sites sororidade.net.br e sororidade.doc. A desembargadora e diretora da Comissão de Igualdade Racial da Seccional, Ivone Caetano, a integrante da Comissão OAB Mulher, Edmee Cardoso, as participantes da Cevenb Flavia Ribeiro e Carla Lima, a ativista do Movimento de Mulheres Negras do Rio de Janeiro, Mara Ribeiro, e a pesquisadora titular da Fiocruz Daniele Grynszpan Lifschitz compuseram a mesa de debatedoras. Membro da Câmara Federal dos Direitos da Mulher, Soares fez um discurso emocionado sobre o contato com as personagens, pinçadas de sete cidades brasileiras, e o processo de filmagem. Este é o segundo curta da diretora. Antes, o foco foram mulheres rurais. A linha mestra foi retratar mulheres comuns que guardam em suas trajetórias momentos de desespero que exigiram superação. “Busquei valorizar o conhecimento como caminho essencial de emancipação da mulher para que possamos ter uma sociedade mais justa”, diz Soares. “Mulheres urbanas não mostra mulheres com feitos extraordinários, mas ao mesmo tempo faz exatamente isso, na medida em que expõe a capacidade de nós mulheres caminharmos com base no nosso próprio esforço, enfrentando uma realidade que nos oprime e deprime”.