18/04/2018 - 15:28 | última atualização em 18/04/2018 - 15:38

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Evento apresenta desafios da Síndrome de Irlen

redação da Tribuna do Advogado

          Foto: Bruno Marins  |   Clique para ampliar
Clara Passi

A Síndrome de Irlen é uma disfunção em que o cérebro tem dificuldade de processar a informação captada pelos olhos. Não é um problema óptico, mas neurovisual, causado por um desequilíbrio da capacidade de adaptação à luz, que produz alterações no córtex visual e déficits na leitura. Muitas vezes chamada de estresse visual, a condição que acomete cerca de 12% a 14% da população mundial (2% de forma severa) foi documentada pela primeira vez em 1983 pela psicóloga americana Helen Irlen. Seus estudos concentraram-se nos sintomas visuais apresentados por adultos considerados analfabetos funcionais. Por aqui, grande parte das pesquisas sobre o tema vem de pólos acadêmicos de Minas Gerais.
 
Um dos principais gatilhos é o padrão de listras horizontais que aparece em textos escritos. O esforço que os portadores precisam fazer para ler letras pretas impressas em papel ou telas de computador é imenso. Causa fotofobia, cefaleia, tonturas, enjoos, fadiga e até convulsões. Com sérias dificuldades de compreensão e concentração em sala de aula, as crianças acabam sendo punidas pro professores despreparados e às vezes recebendo diagnósticos falsos de dislexia.
 
Para aumentar a conscientização a respeito do tema e instigar gestores do poder público a dar mais atenção ao tema, a Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CDPD) convidou especialistas e screeners (profissionais de diversas áreas treinados e capacitados para identificar crianças com esses déficits), para um debate nesta quarta-feira, dia 18, na sede da Seccional.
 
Foto: Bruno Marins |   Clique para ampliar “Os portadores da síndrome precisam de uma abordagem interdisciplinar, multiprofissional. Isso é fundamental para o avanço de políticas públicas de pesquisa”, afirmou o presidente da CDPD da OAB/RJ, Luís Claudio Rodrigues de Freitas.
 
Estiveram presentes o vereador Caio Sampaio, a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CEPD), Edicléa Mascarenhas Fernandes, a assessora técnica da Secretaria de Estado de Saúde, Cristina Penna, e o subsecretário da Comissão da Pessoa com Deficiência da Prefeitura do Rio de Janeiro, Geraldo Nogueira. 
 
Os pontos altos do evento foram a detalhada apresentação por videoconferência da tese da pesquisadora do Laboratório de Pesquisa Aplicada à Neurovisão (Lapan) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Valéria Prata Lopes, ela mesma portadora da síndrome; e a fala da médica oftamologista Giselle Brandão Souza Cunha, que voltou sua atenção ao tema após o diagnóstico de seu filho.
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